sábado, 13 de setembro de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Luis Alberto Spinetta, Sacred Reich e Quinteto Ternura

Luis Alberto Spinetta
Only Love Can Sustain (1980). Gosto muito do Spinetta, mas confesso que não tinha escutado esse disco. Mas o Tavares (sim, o ex-Fresno) mencionou esse com um dos 5 discos da sua vida e eu usei como desculpa para ouvi-lo. É uma maravilha, bem AOR à la Steely Dan. Inclusive, na ficha técnica tem algumas estrelas que vão além dos músicos argentinos, vide Abraham Laboriel, Terry Bozzio, Alex Acuña e Paulinho da Costa. 

Sacred Reich
Quando meu eu interior escuta o chamado do Deus Metal. Falando sério, que paulada são os Ignorance (1987) e o espetacular The American Way (1990). A banda tem uma energia tão feroz que nem parece que o que eles tão tocando tem grande complexidade. A cozinha é impressionante. Sem dúvida dois dos melhores discos da história do thrash metal.

Quinteto Ternura 
Quinteto Ternura (1974). Curioso como o hype em cima das “brasilidades da música preta brasileira” ainda não embarcou esse disco. Talvez até pelo refinamento dos arranjos (alguns assinados pelo Arthur Verocai). No apoio estão instrumentistas como Mamão e Luiz Claudio. Obra-prima do soul brasileiro.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

TEM QUE OUVIR: Angela Ro Ro - Angela Ro Ro (1979)

Na virada da década de 1970, poucas mulheres foram mais transgressoras no Brasil que Angela Ro Ro. Com herança na canção popular brasileira, no jazz e no hippismo, tomou na juventude passos próprios por casas noturnas, bares cariocas, pubs londrinos, amizade com Glauber Rocha, participação no Transa (1972) do Caetano Veloso, mas também sofrendo com a truculenta ditadura militar. Conseguiu em 1979 um contrato com a Polygram para lançar seu disco de estreia, batizado simplesmente com seu nome artístico.

Compositora e pianista de mão cheia, criou um repertório único equilibrado não somente por seu lirismo, mas também por um caminho sonoro que parece combinar a dramaticidade da Maysa com a carga emotiva blues de uma Janis Joplin. O cheiro é de vulnerabilidade diante de um whisky noturno.

Acompanhada de músicos como Antônio Rodolfo (pianos), Rick Ferreira (guitarra), Téo Lima (bateria), além de João Baptista e Jamil Joanes revezando nos baixos, o disco traz arranjos enxutos e timbragens orgânicas polidas na medida. 

"Cheirando a Amor” é deliciosamente vagarosa. Seu canto entrega um romantismo doroloroso, temerário e confessional, entoado sem afetação. A canção soa ainda mais forte diante de seu lesbianismo corajoso.

A balada pianistica "Gota de Sangue" é de beleza harmônica, melódica e interpretativa. 

"Tola Foi Você" tem uma sofrência solidificada pela brilhante performance. Fora que “Tola foi você ao me abandonar" é um tremendo inicio de canção.

Falar de "Amor Meu Grande Amor" é chover no molhado. Canção histórica, de versos e refrão poderosos. Fundamental inclusive para o desenvolvimento do rock brasileiro, que encontraria sua ascensão comercial poucos anos depois.

Ao piano, "Me Acalmo Danado" tem a aura dos antigos sambas-canção. Ela é esfumaçada, noturna, solitária, entristecida. Ela retrata muito bem a alma da Angela Ro Ro.

Veloz e divertida, "Agito e Uso" é subversiva. A rouquidão da sua voz traz uma atitude genuína. Um rock n' roll certeiro nos moldes do que fazia Luiz Melodia, Elis Regina, Raul Seixas e Guilherme Arantes.

Aquele clima boêmio com a cara da zona sul carioca é tomado na maravilhosa "Mares da Espanha".

Naquele 3/4 que nos coloca no braço, "Balada da Arrasada" é irresistível. Seu piano blues, saxofone apaixonante e cozinha azeitada é de nos fazer secar uma garrafa de conhaque. Os excessos da Ro Ro chegam ao ouvinte. O mesmo vale para "A Mim E A Mais Ninguém", um convite a "correr perigo".

O impacto da Angela Ro Ro - tanto musical quanto em atitude - abrangeu diferentes gerações. Do Cazuza à Letrux, passando por Cássia Eller, Ney Matogrosso e todos nós que, em momentos de maior vulnerabilidade, encontram um ombro amigo em Angela Ro Ro (1979), um clássico inegável da canção popular brasileira. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Cardiacs, Tetê Espíndola, Terezinha de Jesus e The Coral

Cardiacs
Honestamente não lembro de onde tirei essa banda, que confesso fui ouvir sem nada. Mas dei o play no On Land And In The Sea (1989) e o entusiasmo foi imediato. É um art punk progressivado com toques de folk e ska (!!!). A banda é liderada por um tal de Tim Smith, mas são os baixos do seu irmão Jim Smith o destaque imediato. São arranjos bem intrincados, ao mesmo tempo que irreverentes. Depois escutei o Sing To God (1996) e também adorei. Álbum esquisito. Tem algo de Mr. Bungle. Inclusive, parece que o Mike Patton já citou o grupo como referência. Faz total sentido. 

Tetê Espíndola 
Pássaros na Garganta (1982). Comprei esse CD baratinho e confesso que deixei ele parado aqui. Aí vi ele em alguma lista gringa sobre álbuns experimentais brasileiros e aumentou o interesse em ouvi-lo. Obviamente o “experimentalismo” se dá pela voz da Tetê, de timbre único, meio que uma Kate Bush brejeira. Mas há mais a se explorar no disco, seja a poética, as melodias e os arranjos de craviola. Interessante também perceber que algumas canções foram gravadas não em estúdio, mas em meio a natureza. É um disco muito bonito e especial.

Terezinha de Jesus 
Vento Nordeste (1979). Conheci esse disco pelo ótimo canal no YouTube do Tonico Manoel. É uma bela amostra da canção brasileira interpretada por voz feminina, mas que foge das “divas” de sempre. No repertório há composições do Fagner, Sueli Costa, Bororó, Lupicínio, Paulinho da Viola e Capinan, dentre outros. Pesquisem.

The Coral
Diante do revival do britpop, lembrei dessa banda, que lançou o, na época, aclamado The Coral (2002), mas que hoje poucos lembram. E é um bom debut mesmo, sendo eles uma das poucas novidades na virada do milênio a ainda trazer ecos do britpop. Verdade seja dita, aqui também com elementos de psicodelia e até mesmo mesmo do punk revival (até mesmo numa praia 2Tone). É divertido.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Fleetwood Mac, Terje Rypdal, High On Fire, Emílio Santiago e Edson Gomes

Fleetwood Mac
Tudo bem, todo mundo sabe que o Rumours (1977)
é fantástico, mas acho que vale pontuar que o Fleetwood Mac (1975) é tão bom quanto. Um dos grandes discos da história do pop rock, tanto pelas maravilhosas composições, quanto pela sonoridade orgânica e performances inspiradas. Lindsey Buckingham chegou querendo mostrar serviço. Estão aqui algumas das suas melhores guitarras.

Terje Rypdal
Conceituado guitarrista norueguês. Não sei quem influenciou quem, mas a linguagem que o Jeff Beck veio a desenvolver (trabalhando alavanca, bends expressivos, dinâmica e uma sonoridade quase etérea) já é explorada no After The Rain (1976), lançado pela ECM (com essa capa e proposta, só poderia ser). Que guitarrista expressivo! Vale muito a audição pra quem toca guitarra.

High On Fire
Death Is This Communion (2007), disco poderoso dessa banda que tão bem faz a ponte entre o stoner e o sludge. A produção é do Jack Endino. Pesadão. Bom pra ouvir na academia. 

Emílio Santiago
Vire e mexe surge entre amigos o papo de “melhores” cantores da música brasileira. Percebo que, finalmente, o nome do Emílio Santiago começa a ser citado. Nada como a lacuna para passarmos a valorizar que no dia a dia fazia do canto popular uma arte da maior grandeza. Pensando nisso, eu também andei revistando seu repertório, passando pelas Aquarelas Brasileiras, mas principalmente me concentrando no elegante Amor de Lua (1981), com direito a ótimas harmonias e melodias. Poucos cantam samba com o lirismo interpretativo do Emílio. Ouvi também o Mais Que Um Momento (1983). muito mais pop, com direito a grandes grooves e tremendos arranjos de metais, vide “Desfigurado”, “Todos os Tons” e a faixa título do álbum. Tudo proporcionado com ajuda de nomes como Serginho Trombone, Oberdan, Paulo Braga, Márcio Montarroyos, Lincoln Olivetti, Robson Jorge, Jamil Joanes, Junior Mendes, Piska, Paulinho Tapajós, Sergio Della Monica, dentre outros. Impressionante né?

Edson Gomes 
Há tempos eu venho observado um hype - sem juízo de valor - ao Edson Gomes, um outrora indiscutíveis lenda do reggae brasileiro restrito a um nicho de ouvintes, mas que agora parece tá angariando novos públicos (inclusive de classe média branca). Bom pra ele. A comprovação disso veio com a confirmação de um show dele no Lollapalooza. Inimaginável por mim há 5 anos atrás. Dito isso, não nego que nunca fui seu público, embora o conheça há muito tempo. Mas peguei pra escutar o Reggae Resistência (1988) e Campo de Batalha (1992) pra ouvir. São seus álbuns mais escutados no Spotify. De cara me animou o nome dos discos, fugindo do estereótipo “reggae cachoeira” que impregnou o estilo no Brasil. Não há como não valorizar o conhecimento de causa e honestidade que o Edson Gomes imprime no seu som. Os álbuns são bons, principalmente devido às composições e performances. Na produção falta uma atmosfera difícil de descrever, mas que somente os jamaicanos parecem conseguir extrair (nem mesmo os ingleses conseguem). É muito legal ouvir com guitarra em mão, solando em cima. Feliz por conhecer melhor a música do Edson Gomes, um legítimo representante do reggae brasileiro. 

sábado, 23 de agosto de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Divine Heresy, Shack, Lou Reed e Boris

Divine Heresy
Bringer Of Plagues (2009). Cheguei a conclusão que o Dino Cazares é um dos grandes guitarristas base da história. Sua pegada, precisão e timbre é impressionante. Dito isso, é um disco meio besta, que vai interessar só quem curte um “metalzão pra puxar ferro”. Eu curto!

Shack 
Tava escutando o Waterpistol (1995) e cheguei a conclusão que quanto menos badalada é uma banda de britpop noventista, melhor ela é. Basta olharmos para os medalhões e ver em que posição está o Suede no clamour popular. Voltando ao disco, há excelentes e versáteis canções. Tem faixas com groove à la “Live se tivesse dado certo” (“Sgt. Major”), baladas psicodélicas lindíssimas (“Stranger”) e muito de jangle pop. Me empolguei tanto que fui até ouvir o H.M.S. Fable (1999) na sequência. Mais um tremendo álbum, soando entre o power pop do Teenage Fanclub e o alt-country do Wilco, mas com doses de psicodelia. Banda subestimada.

Lou Reed
O Barcinski fez um disco mencionando seus discos prediletos do Lou Reed e eu aproveitei pra ouvir algumas coisas. Achei curioso como o Sally Can’t Dance (1974), de algum modo, em termos de sonoridade, me remeteu aos discos que o Raul Seixas fez no final da década de 1970. Vale dizer que tanto o Lou quanto o Raul se destacam mais pela letra e atitude que pela qualidade vocal. Em comum a ambos também estão os vícios. Voltando a música, vale dizer que o guitarrista Danny Weis arrebenta por todo o disco. Falando em guitarra, ouvi também o clássico The Blue Mask (1982), onde o Lou e o grande Robert Quine distribuem excelentes guitarras em perfeita interação. É discaço! Por sua vez, é o Bob Kulick que toca no ótimo Coney Island Baby (1975). Tô começando a achar que o Lou Reed está pra guitarra no “rock alternativo” assim como o Ozzy tá pra guitarra no heavy metal. Pensa bem, faz muito sentido. 

Boris
O Boris vai tocar no Brasil e eu resolvi dar uma repassada por alguns discos. Lembrei que o Fantano falou sobre o Feedbacker (2003) ao mencionar pérolas do post-metal e fui ouvir com maior atenção. É o tipo de proposta que demora pra decolar. Muito feedback (só poderia), distorções volumosas (captadas de maneira orgânica), drones e progressões lentas. Para alguns pode ser um marasmo, mas também pode ser agradavelmente inebriante.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

TEM QUE OUVIR: Syd Barrett - The Madcap Laughs (1970)

A loucura sempre foi um chamariz no campo artístico. Se não gera clamor comercial de imediato, com o tempo traz atenção e prestigio para artistas tidos como malucos no seu tempo. Isso aconteceu com Van Gogh e, no meio musical, com tantos outros, vide Brian Wilson, Peter Green, Skip Spence, Daniel Johnston, Arnaldo Baptista e Lanny Gordin. Agora, se antes de um surto psíquico, o artista consegue mudar os rumos do rock com um trabalho aclamado, como o clássico debut do Pink Floyd - The Piper At The Gates Of Dawn, de 1967 -, ai o culto é quase imediato.

Estando no centro criativo da ebulição contracultural que foi o rock psicodélico, Syd Barrett foi um dos que mais abusou do uso de LSD, despertando comportamentos erráticos, até chegar o diagnóstico de esquizofrenia, que o afastou não só do Pink Floyd, mas da música. Não sem antes - com ajuda dos amigos David Gilmour e Rogers Waters -, gravar um álbum solo, o experimental The Madcap Laughs (1970).

É um equivoco ouvir esse disco esperando grande acabamento. Isso não se dá nem por escolhas estéticas, nem pela capacidade técnica do Syd. Ainda assim, as canções revelam brilhantismo melódico/lírico mesmo diante de gravações caseiras lo-fi (se assemelhando a demos). Isso é exposto logo na canção que abre o disco, "Terrapin", um blues folk tão simples quanto irresistível.

Acompanhado por parte do Soft Machine - incluindo o o Robert Wyatt, que arrebenta com suas levadas nada uniformes na bateria -, "No Good Trying" soa como um sonho vertiginoso que não dá para saber onde vai desaguar. Adoro o canto falado do Syd. O grupo o acompanha também na simpática "Love You". Vale perceber aqui a crueza da gravação, que mesmo diante de ótimos músicos, revela a organicidade de uma jam feita as pressas.

A guitarra abelhuda e brilhante do Syd domina "No Man's Land". Quantas bandas de indie rock não gostaria de tirar esse som? 

Poucas canções falam tanto sobre Syd quanto "Dark Globe". Sua letra é estranha, meio delirante, muito emotiva. Tanto que seu canto aqui surge de maneira mais voraz, acompanhada por um violão de acordes martelantes. 

"Feel" guarda as mesmas características. Seu desenvolvimento é imprevisível, sendo que os acordes no meio parecem improvisados, de tão tortuoso que são os caminhos harmônicos. A letra e a performance comprovam esse senso de improviso. 

Com desafinações e até um erro inicial, "If It's In You" é o canto do cisne de uma mente em ebulição. Um registro mágico.

É legal ouvir Syd e Gilmour unidos em "Octopus", quase apontando o que aconteceria se eles tivessem tido mais tempo de trabalharem juntos no Pink Floyd. O mesmo vale para "Long Gone", sendo que aqui é a mão do Roger Waters que aparece com maior força.

"Golden Hair" é uma pérola. Seu violão soa quase como um drone. A melodia é tão linda quanto dramática e assustadora. A música parece reverberar no nosso subconsciente. A letra é baseada num poema do James Joyce. Maravilhosa!

Já a derradeira "Late Night" é marcada por um slide ébrio tocado com um isqueiro. 

Confeccionado pela Hipgnosis, com uma foto do Mick Rock, a capa resume bem o estado do Syd: um jovem solitário pela dificuldades impostas por suas ações e condição. Posteriormente, ainda foi lançado outros discos, grande parte com sobras de estúdio. Syd Barret ficaria recluso, levando uma vida silenciosa até sua morte em 2006 aos 60 anos, carregado durante esse período o fardo de "diamante louco".

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Paulo Moura, Arlindo Cruz & Sombrinha, Mötley Crüe, Raul Seixas, Santana e Virgin Prunes

Paulo Moura
Não sabia o que ouvir antes de dormir, Paulo Moura pareceu boa opção. Peguei o Mistura e Manda (1983), que eu nunca tinha escutado. Raphael Rabello é quem comanda o violão de 7 cordas, voando alto nos ótimos choros. Além de toda riqueza, há também solaridade de espírito. Disco lindíssimo.

Arlindo Cruz & Sombrinha
Samba é a Nossa Cara (1997). Arlindo Cruz morreu e eu lembrei desse disco que conheci num post do Tônico Manoel. Lançado no auge do pagode noventista, esse álbum tem o astral do período, mas com um acabamento/instrumentação/lirismo mais tradicional. A interação dos sambistas é esplêndida. O fino do gênero lançado numa época erroneamente mal vista.

Mötley Crüe
Tudo bem, é uma patifaria, é datado… mas Dr. Feelgood (1989) é um tremendo disco de rock n’ roll. Talvez o último suspiro do hair metal. Mick Mars tocando muito, produção inventiva do Bob Rock, composições cativantes. É o suficiente.

Raul Seixas
Motivado pelas comemorações de seus 80 anos, sua série biográfica e a exposição em sua homenagem, tenho escutado muito Raul Seixas, um dos artistas da minha vida, que gosto até do que é ruim (por questões emocionais). Sua década de 1970 é toda espetacular, mas gostaria de destacar o negligenciado Por Quem Os Sinos Dobram (1978), onde ao menos 3/4 do repertório é espetacular. A década de 1980 já é mais problemática mesmo, mas sempre com algum achado no meio de cada disco. Abre-te Sésamo (1980) é o mais redondo mesmo. Eu recomendo ouvir tudo, mas da fase oitentista por sua conta em risco.

Santana
Tava escutando o álbum Santana (1969), o debut do guitarrista, justamente admirando o timbre e fraseado dele. Me veio na cabeça “que pena que ele migrou pro som fraquíssimo do Supernatural (1999)”, só que me dei conta que nunca ouvi o disco na íntegra. Fui ouvir e não achei tão ruim. Na verdade achei um bom álbum pop. Muito bem tocado (as baterista são ótimas), arranjado, mixado e com canções verdadeiramente memoráveis. Fora que é curioso pensar que esse foi o momento com menos solos de guitarra (auge do britpop, new metal, post-grunge e rock alternativo), mas o Santana alcançou enorme sucesso sem poupar solos. E ele tava tocando demais. O fraseado e o timbrão ainda estão lá. Grata surpresa, derrubando meus próprios preconceitos.

Virgin Prunes
Vi certa vez o Massari falando muito bem dessa banda irlandesa muito influente pro cenário punk/gótico/alternativo do país. Pelo que entendi, o guitarrista é irmão mais velho do The Edge. O álbum …If I Die, I Die (1982) pareceu um destaque, então fui conferir. Achei de certa forma bem experimental. As canções não tem forma e arranjos convencionais, com direito a bateria tribais e guitarras fazendo somente ruído. Algumas faixas parecem remeter a um tipo de canto folclórico por mim desconhecido (vide “Sweethome Under White Clouds”). Não fez minha cabeça, mas vale conhecer.