segunda-feira, 2 de junho de 2025

ACHADOS DA SEMANA: Edu Lobo, Johnny Winter e Nuclear Assault

Edu Lobo
Embora saiba e reconheça a majestade do Edu Lobo, confesso que ele não faz parte da minha rotina auditiva (problema todinho meu). Mas nos últimos dias me joguei em alguns dos seus mais prestigiados álbuns. Cantiga de Longe (1970) é um absurdo. Curiosamente lembro do Kiko Loureiro apontar esse disco como um dos seus prediletos. A capacidade/complexidade melódica do Edu se revela nos detalhes. As composições soam como se a tradição da música brasileira fosse tensionada aos limites da vanguarda (mas sem perder a elegância ou partir para invencionismos bestas). Vale dizer que o Hermeto Pascoal e o Airto Moreira são determinantes na execução do álbum. Limite das Águas (1976) é mais “configurado” dentro da típica canção popular brasileira, o que não é demérito e muito menos limita sua criatividade. Na verdade, intriga o porque ele não ser tão “popularmente aclamado” quanto o Chico Buarque. Voltando ao disco, fiquei perplexo com as guitarras do Toninho Horta “Negro Negro”, uma faixa quase de rock progressivo. Ao longo do disco ainda colaboram nomes como Cristóvão Bastos, Joyce Moreno, Lindolfo Gaya, Oberdan Magalhães, Danilo Caymmi, Márcio Montarroyos, Rubinho Moreira, Cacaso, dentre tantos outros. É embaçado! Por sua vez, Camaleão (1978) é mais um salto de instrumentação e produção, o que possibilita arranjos ainda mais complexos e belos. “O Trenzinho do Caipira” está em sua “versão popular” definitiva. Mais uma vez ele busca nas raízes brasileiras a matéria prima para seu trabalho. Vale dizer que o Dori Caymmi colaborou com arranjos e o Cacaso produziu algumas das suas melhores letras. É o fino da canção popular brasileira.

Johnny Winter
Com a morte do Rick Derringer, peguei um dos grandes álbuns de rock n’ roll pra ouvir: Johnny Winter End (1970). Espetacular desde o nome, desde a capa. Um show de guitarras, de performance vocal, de captação orgânica, de canções. Simples assim. Abra uma cerveja e faça uma homenagem aos envolvidos. De quebra ainda passei pelo clássico Live (1971), onde a dupla de guitarra brilha em perfeita interação no solo de “It’s My Own Fault”. Foda.

Nuclear Assault
Handle With Care (1989). Clássico do crossover. Adoro como esse disco soa… alvoroçado. Dan Lilker (baixo) e Glenn Evans (bateria) é uma tremenda cozinha. Simples e eficaz. Perfeito pra ouvir puxando ferro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário