ACHADOS DA SEMANA: Wayne Krantz, Djalma Dias, Ritchie, Luiz Gonzaga e Banda Eddie

Wayne Krantz

Two Drink Minimum (1995). Lembro de ouvir esse disco lá pelos meus 15 anos, época em que levava o estudo de guitarra a sério. Ali já ficou claro para mim o quão absurdo o guitarrista era, inclusive muito acima do meu nível de compreensão, o que fez com que eu deixasse de lado. Escutando hoje ele ainda soa tecnicamente muito avançando, mas consigo entender melhor a acidez jazzística da proposta. Tremenda performance ao vivo em power trio.

Djalma Dias

Cantor pouquíssimo lembrado. No disco Destaque (1973) há um “refinamento comercial” dado ao samba. Digo isso não no sentido pejorativo, mas é que há arranjos lapidados e interpretações mais contidas se comparado ao que ouvia em trabalhos do estilo na época. O resultado é de puro balanço e elegância.

Ritchie

Vôo de Coração (1983). Clássico do pop brasileiro, que até então não conseguia gostar (normal, sou filho dos anos 90, tinha alguns limites de sonoridade para superar). Ouvindo agora, curti. Claro, tem sua breguice, mas até isso é charmoso. Inclusive, é brega só agora ou na época já era? Leio sempre que foi recebido como um disco moderno de synthpop/new romantic (o que é completamente justo), mas me surpreende não acharem nada cafona. Curioso pensar que alguns timbres (na época provavelmente “gélidos” e futuristas), anos depois seriam facilmente aplicados no sertanejo pop dos Zezé di Camargo & Luciano da vida (que não por acaso regravou “Menina Veneno”). Vale lembrar que o Steve Hackett participa do disco.

Luiz Gonzaga

Baião dos Hippies (2021). Documento histórico. Um registro do Luiz Gonzaga no Festival de Verão de Guarapari de 1971. Apenas o Gonzagão, sua sanfona, vozeirão e um repertório acima de qualquer suspeita. Isso tudo para um público jovem. Um show que adoraria ter visto.

Banda Eddie

Sonic Mambo (1998). Um daqueles frutos que surgiu pós-Nação Zumbi e Raimundos, trazendo para o holofote do rock alternativo uma proposta abrasileirada do punk (ou nem tão punk assim). Vou te falar que no passado soava mais “moderno”. Não envelheceu tão bem, embora não seja ruim. Preciso ouvir trabalhos mais recentes do grupo.