O grande mérito de Amy Winehouse foi o de repopularizar gêneros esquecidos do grande público. Com uma mistura de soul, jazz, reggae, r&b e das girl groups somados a uma atitude auto-destrutiva, ela tornou-se uma estrela da música pop.
Toda essa adoração do público, respeito dos artistas e aclamação da mídia, foram conquistados através do premiado Back To Black (2006). O disco recebeu seis indicações ao Grammy Award, dos quais ganhou cinco, fato que ajudou a elevar precocemente o álbum a status de clássico.
"Rehab", o maior hit da cantora, está logo no inicio do trabalho. A maior qualidade da canção é a letra, outrora engraça e hoje trágica. Além disso, sua pose de musa do jazz vulnerável presente no clipe da música - e também na capa do disco - ajudou a criar toda a superexposição da talentosa artista.
Passado o impacto de "Rehab", as outras canções se mostram igualmente potentes. Isso se aplica a vagarosa "Yow Know I'm No Good". Outro hit é "Back To Black", sendo que aqui fica evidente a contribuição do produtor Mark Ronson, que ajudou em algumas composições e direcionou a cantora. Outro produtor importante para lapidar a sonoridade do disco foi Salaam Remi.
As qualidades vocais de Amy se sobressaem em "Me & Mr. Jones", assim como os timbres extremamente vintages do álbum, mérito alcançado com ajuda da talentosa banda The Dap-Kings.
"Just Friends" é carregada de influências do reggae. Já "Love Is a Losing Game" é capaz de fazer alguém alguém de coração partido chegar as lágrimas. O mesmo vale para a delicada "Wake Up Alone".
A musicalidade acachapante da The Dap-Kings volta a transbordar na divertida "Tears Dry On Their Own" - onde qualquer semelhança com "Ain't No Mountain High Enough" (Marvin Gaye & Tammi Terrell) não é mera coincidência - e na tranquila, porém intensa, "Some Unholy War".
O disco se encerra com o groove espetacular de "He Can Only Hold Her", fechando um novo capítulo da soul music, que por um breve período renasceu. Que ao menos essa rica tendência permaneça viva.
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