quinta-feira, 30 de junho de 2011

TEM QUE OUVIR: Pantera - Vulgar Display Of Power (1992)

É indiscutível que o heavy metal viveu seu grande apogeu na década de 1980. Mas o estilo, mesmo quando demonstrou sinais de saturação criativa, não deixou de se desenvolver. Um exemplo disso é o Pantera, que lançou o acachapante Vulgar Display Of Power no inicio da década seguinte.


Se o trabalho anterior - Cowboys From Hell (1990) -, foi o responsável por levar o Pantera de um hard rock farofento para seu poderoso thrash metal, Vulgar Display Of Power trouxe para a banda uma produção ainda mais potente, riffs ultra pesados e um groove que nenhum outro grupo de metal tinha conseguido até então. Méritos conquistados com a ajuda do produtor Terry Date.

A infernal "Mouth For War" abre o disco apontando as novas direções da banda: riffs pesados e vocais rasgados (quase guturais). Já a faixa seguinte é um verdadeiro soco na cara (a capa do disco não é assim por acaso): "A New Level" equilibra o peso do thrash metal com a cadência amaldiçoada do doom. Esta música define o que é o rótulo de groove metal que a banda recebeu nos EUA.

Na sequência temos a mais famosa música do Pantera, a simples e contagiante "Walk", canção responsável por popularizar o grupo. Outra faixa famosa, principalmente devido a grande rotação na MTV, é "This Love", em que Phil Anselmo demonstra toda sua versatilidade ao equilibrar vocais melódicos e berrados.

"Fucking Hostile" é um hardcore entorpecido de vocais rasgados e bumbos disparados em velocidade frenética. Essas características se mantém em "Rise", sendo que aqui a sincronia entre bateria, guitarra e baixo beira o absurdo. O groove do Pantera volta a chamar atenção no riff de "No Good (Attack The Radical)". A bateria e a guitarra da música só poderia ter sido tocada por irmãos, tamanha a "cola" entre os instrumentos.

"Live In A Hole" começa com uma introdução paranoica e esquizofrênica do Dimebag Darrell. É interessante notar a ausência de uma guitarra base na hora do solo, sendo somente o baixo de Rex Brown responsável por fazer a "cama" estrutural da música.

Riffs demolidores voltam a chamar atenção em "Regular People (Conceit)", assim como a excelência de Anselmo ao colocar seus vocais ríspidos e melódicos numa mesma música. Nesta faixa o solo de guitarra soa progressivo, experimental e repleto de harmônicos agonizantes.

"By Demons Be Driven" tem uma das melhores baterias de Vinnie Paul, que somada a intervalos dissonantes de guitarra, soa como uma metralhadora fuzilando o interior da cabeça do ouvinte. É interessante perceber que mesmo sendo ultra pesada, ela tem fortes características do southern rock nas frases de guitarra.

O disco fecha com a balada "Hollow", bem mais tranquila que o restante do disco, repleto de guitarras dobradas, violões e uma linha vocal ultra melódica. Ainda assim, o peso característico da banda aparece na metade final da música, mostrando que, mesmo na hora de compor baladas, eles não perdiam a potência sonora.

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