quarta-feira, 10 de agosto de 2011

TEM QUE OUVIR: Rush - Moving Pictures (1981)

Em 1981 o Rush já era uma banda experiente. Com sete discos de estúdio e uma lista de shows ao lado de grandes nomes do rock (KISS, Uriah Heep, Ted Nugent, dentre outros), o grupo já havia conquistado seu público, embora a critica insistisse em detrata-los. Foi então que a banda lançou o clássico Moving Pictures, deixando as longas canções um pouco de lado, soando mais uniforme e transitando por outros estilos, sendo um dos poucos álbuns de rock progressivo que conseguiu flertar com a new wave sem soar pasteurizado e oportunista.


O disco começa com "Tom Sawyer", possivelmente a mais famosa música do grupo. Aqui fica evidente a importância dos teclados na sonoridade da banda neste período. Geddy Lee se desdobra ao tocar diversos sintetizadores, dentre eles Minimoog, Moog Taurus e Oberheim. O poderoso riff de Alex Lifeson e as inacreditáveis viradas de Neil Peart comprovam que virtuosismo pode ser radiofônico.

O timbre de guitarra carregado de chorus, os harmônicos bem aplicados na introdução e o peculiar solo do Alex Lifeson em "Red Barchetta", revelam um dos guitarristas mais subestimados do rock.

"YYZ" é a prova definitiva que música instrumental pode ser cativante quando se tem ótimo riff, boas melodias e solos intensos. A cozinha formada por Geddy e Neil massacra a audição do ouvinte com passagens inacreditáveis num groove potente. Um fato curioso é que o ritmo da introdução representa o nome da música em código morse.

"Limelight" é a faixa mais tranquila em termos de virtuosismo, mas nem por isso deixa de ser cativante. O excelente riff de introdução é o prefácio de uma canção pegajosa e de ótimo refrão, além de conter um dos melhores solos do Alex Lifeson. Sua letra retrata a distância do grupo com relação as superficialidades do mundo da fama. 

Como em todo bom disco de rock progressivo existe ao menos uma faixa longa, "The Camera Eye" vem para saciar essa sede por passagens épicas. Os timbres dos sintetizadores são maravilhosos, assim como as frases do baixo. Umas das melhores atuações de Geddy Lee.

A obscura "Witch Hunt" tem exuberante performance do Neil Peart, em alguns momentos mais tribais, em outros extremamente modernos. 

O disco termina com a influência nítida de Police na espetacular "Vital Signs", um "reggae" futurista e peculiar.

Tive o prazer de assistir esse disco sendo tocado na integra pelo Rush na última passagem da banda pelo Brasil, fato que só ajudou a acentuar em mim a excelência do trabalho. Uma obra-prima que resultou num disco de platina quadruplo. Nada mal para três geeks. 

Um comentário:

  1. Moving pictures realmente é lindo! um dos melhores albuns que ja ouvi na vida.

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