Zé Coco do Riachão
Lembro de ler uma matéria na revista Guitar Player que falava do mitológico Zé Coco do Riachão, violeiro que ajudou na linguagem do instrumento. Fiquei com aquilo na cabeça, mas era criança, não havia internet e não consegui escutá-lo. Corta pra 2025: não é que a Marina Sena sampleou uma rabeca sua! Ao ler seu nome, corri pra, finalmente, ouvi-lo. Peguei dois discos no Spotify: Quatro Paredes e Brasil Puro. É algo bem tradicional e regional, como já esperava. Me falta repertório pra uma análise concreta. Restou a mim a superficial pesquisa e apreciação. Tem beleza, cores, sabedoria e certo virtuosismo. Bem folclórico. Pelo que li, o Tinhorão era um grande apreciador do artista.
Marisa
Mais uma daquelas grandes cantoras da música brasileira, hoje pouco lembrada. Viagem (1973) é um lindo disco, lírico em toda sua plenitude: no canto, nas melodias, arranjos. De sofisticação e bom gosto tão latente quanto discreto.
Dark Angel
Até então só tinha escutado a banda por cima. Mas eles voltaram, tocaram no Brasil e tão prometendo álbum novo sei lá quantas décadas depois. Hora de pegar o cultuado Darkness Descends (1986) pra ouvir. Pela época, dá pra dizer que tanto Metallica quanto Slayer tiraram muita coisa daqui. Ainda assim, achava que era algo mais lapidado. O monstruoso Gene Hoglan na bateria me levou a pensar assim. Mas é “apenas” o thrash metal oitentista na melhor forma. Bruto.
John Hicks
Hells Bells (1980). Não sei porque tinha salvo esse disco pra ouvir, já que ele é de uma elegância que não tenho. Um pianista de classe erudita num trio de jazz. Tudo tocado com fluidez e virtuosismo. Vale dizer que tem uma das melhores captação de baixo acústico que já ouvi, o que faz com que a pegada do Clint Houston soe uma cacetada, em alguns momentos se fundindo aos graves martelados nas cordas piano. Espetacular.
Katsbarnea
Armagedom (1995). Faz tempo que ouço falar desse álbum, então fui ouvir. É meio ruim, mas também um clássico da música cristã brasileira, do rock gospel e, de certo modo, do rock alternativo noventista. Digo isso porque não era uma banda que ficou fechada na igreja. Tem momentos prog (as partes mais legais do disco), outros pop-reggae, baladas horríveis, lampejos de hard-heavy e até algo parecido com o Gueto. Lembrando que na formação estava o ótimo baixista Jadão Junqueira, o guitarrista Deio Tambasco (que esbanja virtuosismo pra época) e o vocalista Brother Simion. A produção (polidamente datada) é do Paulo Anhaia. Atenção para a pavorosa capa. Escute por sua conta em risco.
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