Se antes a artista causava estranhamento e dúvidas na critica, aqui foi tudo tão bem amarrado que não teve com não se render a ela. Embora auto-produzido e assinando todas as composições, a ficha técnica é repleta de músicos e engenheiros de áudio talentosos. Aqui ela buscou elementos da música folclórica - abusando de instrumentos como balalaica, didjeridu, fujara, bouzouki, bodhrán e gaita de fole irlandesa -, mas com uma sonoridade contemporânea.
O hit "Running Up That Hill (A Deal With Good)" abre o disco com seu refrão fantástico, arranjo pouco ortodoxo (com direito a camadas de vozes), melodia de synth memorável e bateria grandiosa à la Phil Collins, embora de batida “cavalgada” um tanto quanto “heavy metal”.
O som percussivo tão reverberoso quanto musculoso se estende por "Hounds Of Love", elevado por uma cama de sintetizadores e um ritmo pesado em staccato. Atenção mais uma vez para o arranjo vocal.
As vozes sobrepostas na dançante "The Big Sky" evidenciam a grande cantora que a Kate Bush é, tanto no que diz respeito ao seu timbre singular, quanto a interpretação radiante. Adoro o som agressivo do baixo. Na verdade, o arranjo como um todo soa impressionantemente enorme.
Se em "Mother Stands For Comfort" é a interpretação dramática, sonoplastia criativa, uso de theremin e o baixo fretless soberbo que chamam atenção, "Cloudbusting" se basta "apenas" pela composição (embora o arranjo também seja ótimo). Espetacular melodia!
A balada "And Dream Of Sheep" abre o Lado B de forma mais reflexiva, embora não menos graciosa e poderosa. Tremenda performance. O mesmo vale para "Under Ice", de teatralidade vocal absurda. Ela soa como uma bruxa gélida.
Ainda há tempo no disco para a abstrata (pra não dizer maluca) "Walking The Witch", a celta "Jig Of Life", a orquestração fantástica/cinematográfica de "Hello Earth" e o violão erudito do John Williams na balada pop "The Morning Fog".
Rotular este álbum como sophisti-pop, synthpop, art pop e/ou chamber pop não é o suficiente para traduzir a magia exuberante aqui presente. Um dos discos mais criativos da música popular e que, incrivelmente, fez enorme sucesso comercial.
As vozes sobrepostas na dançante "The Big Sky" evidenciam a grande cantora que a Kate Bush é, tanto no que diz respeito ao seu timbre singular, quanto a interpretação radiante. Adoro o som agressivo do baixo. Na verdade, o arranjo como um todo soa impressionantemente enorme.
Se em "Mother Stands For Comfort" é a interpretação dramática, sonoplastia criativa, uso de theremin e o baixo fretless soberbo que chamam atenção, "Cloudbusting" se basta "apenas" pela composição (embora o arranjo também seja ótimo). Espetacular melodia!
A balada "And Dream Of Sheep" abre o Lado B de forma mais reflexiva, embora não menos graciosa e poderosa. Tremenda performance. O mesmo vale para "Under Ice", de teatralidade vocal absurda. Ela soa como uma bruxa gélida.
Ainda há tempo no disco para a abstrata (pra não dizer maluca) "Walking The Witch", a celta "Jig Of Life", a orquestração fantástica/cinematográfica de "Hello Earth" e o violão erudito do John Williams na balada pop "The Morning Fog".
Rotular este álbum como sophisti-pop, synthpop, art pop e/ou chamber pop não é o suficiente para traduzir a magia exuberante aqui presente. Um dos discos mais criativos da música popular e que, incrivelmente, fez enorme sucesso comercial.

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