TEM QUE OUVIR: AC/DC - Back In Black (1980)

Imagine uma banda australiana na crista da onda em todo o mundo. Imagine agora que o vocalista desta banda morre afogado no próprio vômito. É de se esperar o fim do grupo ou, no máximo, uma volta desprestigiada e com teor lírico mais reflexivo, certo? Não foi isso que aconteceu com o AC/DC. Back In Black (1980), lançado apenas 6 meses após a morte do Bon Scott, fez da banda uma instituição do rock mundial.

O badalar do sino no início de "Hell Bells" até aponta para algo mórbido, que logo é ignorado pela malandragem guitarristica tipica do AC/DC. A voz esganiçada do Brian Johnson deixa uma ótima primeira impressão. Seu canto é singular, ríspido e cheio de atitude.

Os "três acordes de sempre" ainda estão presentes, mas pensando dentro da sua própria fórmula de composição, a simplicidade parece lapidada. O mesmo vale para a produção, tão intensa e abrasiva quanto limpa e convidativa. Não por acaso diversos técnicos de PA usam Back In Black para alinhar o equipamento de som antes dos shows. Definitivamente aqui se encontra alguns dos melhores timbres de guitarra de todos os tempos, mérito não só dos irmãos Malcolm e Angus Young, mas também do produtor Robert Lange.

Impossível não ficar contagiado pela energia rockeira de "Shoot To Thrill" e "What Do You Do For Money Honey". Isso para não falar dos mega hits "Back In Black" (riff histórico!) e "You Shook Me All Night Long" (refrão poderoso!).

Com mais de 20 milhões de cópias vendias, Back In Black torno-se um álbum recordista e mostrou para a indústria que o "rock pesado" poderia gerar muito dinheiro (e sem se cooptar). Clássico!