Poucos discos lançados pós 2000 foram tão influentes quanto o trabalho de estreia dos Strokes, ainda que muito dos influenciados não sejam grande coisa. O grande mérito disso não está relacionado a grandes inovações. O atrativo dele é justamente a famosa repetição de tudo que já foi visto no rock: instrumental básico, execução espontânea, gravação orgânica, letras diretas e visual desleixado. Ingredientes comuns, mas que na época passavam longe do mainstream dominado por Britney Spears e Creed.
A produção do disco evidencia sonoridades vintages, lo-fi e garageiras. Um dos grandes exemplos no quesito timbres está no solo rockeiro da frenética "The Modern Age". Vale dizer que a master soa bem menos comprimida quando comparada ao que havia sendo feito na época. O disco respira, tem dinâmica.
É nítida que a grande qualidade musical do Strokes está na dupla de guitarristas formada por Albert Hammond Jr. e Nick Valensi. Isso é comprovado no arranjo de "Soma", onde a bateria e o baixo servem exclusivamente de cama para as guitarras entrelaçadas formem a harmonia. Em "Is This It" tal característica chega a remeter ao Television. Aqui vale destacar a ótima linha de baixo construída pelo esquisitão Nikolai Fraiture.
"Barely Legal" é o puro exemplo pós-punk revival, resultando numa canção melódica e agitada. Já "Someday" é um pop rock ultra simpático, onde a interpretação de crooner do Julian Casablancas é elevada timbristicamente por uma saturação quente.
"Alone, Together" contém uma interessante linha de baixo, enquanto o arranjo de guitarras e a interpretação vocal voltam a remeter ao Television. Chega a impressionar o quão magro é o timbre de bateria.
"Alone, Together" contém uma interessante linha de baixo, enquanto o arranjo de guitarras e a interpretação vocal voltam a remeter ao Television. Chega a impressionar o quão magro é o timbre de bateria.
"Last Nite" é o grande clássico da banda (e talvez de toda a década). Lembro da faixa destoando na programação da MTV, que ainda insistia no Limp Bizkit. Sem grande novidade, a canção fica entre o garage rock e o The Cars. Melodia e performance memorável.
A sonoridade pop, ainda que com uma sujeira extra, volta a aparecer em "Hard To Explain", que contém o típico vocal falado/entorpecido de Casablancas, remetendo em breves momentos ao estilo do Lou Reed.
"New York City Copes" é das melhores faixas produzida pelos Strokes. Ela começa com uma microfonia à la Gang Of Four e contém um solo bastante melódico. O riff é dos mais legais do disco, assim como a interpretação de "crooner bêbado" do Casablancas. A faixa foi excluída do álbum após os atentado de 11/09. Mas essa não foi a única polêmica do disco, tendo em vista que sua capa foi censurada no sempre moralista EUA, acusado de ser "sexual demais".
Resumidamente, o álbum não é a maravilha que muitos pregam - e ainda assim é disparado o melhor do Strokes -, mas teve sua contribuição na história recente do rock e será sempre lembrado com bons olhos.
"New York City Copes" é das melhores faixas produzida pelos Strokes. Ela começa com uma microfonia à la Gang Of Four e contém um solo bastante melódico. O riff é dos mais legais do disco, assim como a interpretação de "crooner bêbado" do Casablancas. A faixa foi excluída do álbum após os atentado de 11/09. Mas essa não foi a única polêmica do disco, tendo em vista que sua capa foi censurada no sempre moralista EUA, acusado de ser "sexual demais".
Resumidamente, o álbum não é a maravilha que muitos pregam - e ainda assim é disparado o melhor do Strokes -, mas teve sua contribuição na história recente do rock e será sempre lembrado com bons olhos.
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