domingo, 29 de dezembro de 2024

RETROSPECTIVA 2024: Não pode passar despercebido

Sabe aquela música que não pode passar despercebida numa retrospectiva, seja por ter tocado muito (é agora que lembrarei os hits de qualidade duvidosa), por apontar novos horizontes, por ter um clipe interessante, por ser curiosa ou simplesmente legal? Pois então, são essas faixas que reúno neste post.

Tais músicas não são necessariamente as melhores do ano (longe disso, alias), até porque deixe de fora deste post as grandes músicas que estão dentro dos grandes discos. Aqui estão faixas isoladas (normalmente lançadas enquanto singles mesmo) que merecem atenção.

Reúno também nesse post os programas de YouTube que trazem grandes performances ao vivo. 

Vamos a elas:

21 Savage: redrum
Em uma das melhores (e mais tocadas) faixas de hip hop do ano, o rapper americano traz um sample de “A Serenata do Adeus” (Vinicius de Moraes) na voz da Elza Laranjeira, para logo depois rimar em cima de um beat estrondoso de trap. Não é pouca coisa. É melhor que o restante do disco.

Amaro Freitas: Cultura Livre
Com é bom ter um programa como o Cultura Livre né. É o nosso Tiny Desk, o nosso KEXP. Muito legal pensar no Amaro Freitas tocando em rede aberta. E que tremenda apresentação, complexa e elegante, fazendo jus ao seu recente disco.

Anderson .Paak (feat. ScHoolboy Q): Am I Wrong (Live Performance)
Sobrou groove e carisma. Poucos conseguem se vestir como o Anderson .Paak e não parecer um idiota. Faixa muito legal, com vocoder, tremenda levada e um verso caprichado do rapper no final.

Armand Hammer - Doves
Faixa complementar para o espetacular disco lançado pelo duo no ano passado. Completamente abstrata, lo-fi, sinistra… sem beat, apenas sons que parecem ecoar de forma ruidosa através de um tape detonado. Tem uma melodia vocal linda. 8 minutos estranhamente imersivos.

Badbadnotgood / Arthur Verocai / Tim Bernardes: Poeira Cósmica
Daquelas parcerias que já chamam atenção somente pelos nomes envolvidos. Mas talentosos que são, a faixa não fica devendo. Uma beleza de arranjo, de sonoridade timbristica… mesmo o desempenho vocal do Tim que as vezes me dá no saco, aqui encararia ouvi-lo num disco inteiro.

Billie Eilish: Tiny Desk Concert
Muitos adoraram. Eu achei bacana, muito por conta da sua performance vocal que dos arranjos (engraçado, logo ela que na teoria tem uma produção enxuta, não me transpereceu tanta riqueza diante da crueza que é a proposta do programa). Dito isso, no caso dela, o que me impressionou mais foi o…

Billie Eilish: WILDFLOWER (Live Performance From Amazon Music’s Songline)
Um arranjo contido, mas que funciona melhor diante de uma captação mais robusta. Mais uma vez destaque para a ótima performance vocal. E a canção em si, claro.

Billy Joel: Turn The Lights Back On
Tem que citar, afinal, é a primeira música do Billy Joel em 30 anos. Todavia, de nova ela não tem nada. Pastiche sem vergonha de Beatles. Deixa quieto.

Billy Morrison, Ozzy Osbourne, Steve Stevens: Crack Cocaine
É uma caricatura? De certa forma é. Mas estaria mentindo se dissesse que não gostei do resultado. Tem aquela onda “Perry Mason”. E os guitarristas não fizeram feio ao emular o som do Zakk Wylde. Fui até conferir o disco, que também é bacana.

Blonde Redhead - Full Performance (Live on KEXP)
Uma beleza. Pra deixar rolando e se maravilhar com a beleza sonora do grupo. Um dream pop cheio de camadas.

Body Count feat. David Gilmour: Confortably Numb
Um encontro que precisa acontecer pra gente imaginar (e ainda assim achar improvável). Não ficou a coisa mais maravilhosa do mundo, mas gosto tanto dos envolvidos que curti a parceria.

Brenno e Matheus - Descer Pra BC
No apagar das luzes de 2024, um já consolidado hit do verão 2025. Canção medonha, que nasce diante da explosão do meio bodybuilder digital. É aquele pop travestido de sertanejo, com uma performance vocal sem precedentes de tão bizarra e gancho melódico infelizmente fixante. É um sucesso, é uma tristeza.

Ca7riel & Paco Amoroso: Tiny Desk Concert
Essa performance viralizou no TikTok. Eu consigo entender, já que é divertida mesmo. Latinidade, bons arranjos, boas performances, roupas estranhas, sex appel ... tem tudo que jovem gosta.

"Canto da torcida do América-RJ pro André Balada"
Não sou um especialista no assunto, mas dado o poder cultural dos clubes de futebol e das torcidas no Brasil, me espanta como não há grandes cantos de torcida. Mas esse aqui se destacou. No mínimo engraçado.

Chappell Roan: Good Luck, Babe!
A música que impulsionou a Chappell Roan ao estrelato. É uma grande canção pop mesmo, com ecos de Kate Bush, bons ganchos e arranjo/ritmo irresistível. Dito isso, não apostaria que essa fama dela vai muito longe não.

Charli XCX & Lorde: The girl, so confusion version with Lorde
A Charli lançou uma música expondo sua relação “confusa” com a Lorde. A Lorde poderia responder com uma diss, mas juntas elas se expõem numa canção de sinceridade poucas vezes vista no pop contemporâneo. Que lição para o Drake e o Kendrick Lamar. Chega a emocionar (e sem perder a força dançante). Das melhores canções do ano. Único defeito é faixa não ter um videoclipe. 

Charli XCX feat. Billie Eilish: Guess
Não bastasse o disco ser ótimo, a Charli fez de tudo pra não apagar a chama do BRAT. Essa música juntou a tribo das “garotas estranhas” inglesas e americanas pra queimarem calcinhas. Divertido.

Chelsea Wolfe - Full Performance (Live on KEXP)
Eu gostei do disco mais recente dela, mas confesso que essa apresentação ressaltou muitas das qualidades ali expostas. Como ela tem uma voz linda, não? E que densidade. Embaçado.

clipping. - Run It
Novo single do grupo. Menos estranho, mais convidativo, igualmente criativo. Chega a ser dançante.

D’Angelo, Jay-Z, Jeymes Samuel: I Want You Forever
Não vai com tanta sede ao pote por conta dos nomes envolvidos. É apenas uma boa (e longa) faixa. A produção e o arranjo se destacam mais que a inspiração composicional.

Devo: Tiny Desk Concert
Aparentemente prestes a se aposentarem, a banda fez uma ótima apresentação no programa. Continuam soando inventivos e divertidos. Bem legal.

DJ TOPO, Seu Jorge e MC Leozinho - MGT QUEM NÃO TE QUER SOU EU
Daqueles febres que surgem tão rápido quanto vão embora. Mas foi um dos grandes sucessos nas plataformas digitais, inclusive representando o tal funk MTG, nada mais que um “remix” de uma canção conhecida da MPB dentro da linguagem do funk mineiro. Talvez uma forma de embalar o funk pra uma classe média branca. É um saco.

Doechii: Tiny Desk Concert
Ela já é a queridinha do rap contemporâneo, ai ela vai lá e ainda me apronta essa. Tremenda apresentação. Banda e arranjos incríveis, assim como sua performance vocal, tão intensa quanto encantadora. Foda.

Dog Race - It’s The Squeeze
Meio synthpop, meio dark, mas com um carisma vindo principalmente na performance vocal, que chega a remeter a Nina Hagen. Um dos singles mais diferentes e bacanas do ano.

Gary Bartz: Tiny Desk Concert
Uma lenda do jazz. Apresentação serena e linda. Acompanha uma bebida.

Ginger Root - Full Performance (Live on KEXP)
Não basta o carisma e a estética divertida, o cara ainda é muita competência sonora, fazendo do city pop uma força viva.

Glass Beams - Full Performance (Live on KEXP)
Grupo muito legal, que mistura motivo étnicos, sons eletrônicos e psicodelia, resultando em algo bastante imersivo. Fora que o visual deles é bem bacana.

Gojira nas Olimpíadas de Paris
A primeira coisa que pensei foi “viu como dava pra por o Sepultura nas Olimpíadas do Rio!”. Boa apresentação, visualmente impactante. É uma badança!

Gracie Abrams: That’s So True
Nossa, como essa moça é bonita, não? Dito isso, não consegui encarar o disco não. Mas não duvide caso esteja surgindo uma “nova Taylor Swift”. Tentativas estão aparecendo.

Hilton Raw: Aqui Here
Esse premiado compositor de trilhas chamou uns parças (dos que conheço, Mike Stern, Ana Karina Sebastião e Kuki Stolarski) para trabalhar num jazz imersivo, noturno, climático e de resultado instigante. Tem muitas texturas percussivas. Vale conferir.

IDLES: Grace
A banda se utilizou da IA para transformar o vídeo de “Yellow” no Coldplay num clipe deles. Nessas, um ainda jovem Chris Martin aparece cantando a música do quinteto. Ótima sacada. Mas música por música, por incrível que pareça, fico com a do Coldplay (apesar da do Idles ser bacana também).
 

Ivete Sangalo e Ludmilla: Macetando
Embora lançada ano passado, foi o típico hit do verão. Na real, foi o hit do carnaval. É um pagodão baiano chatinho, mas fazer o quê, o pessoal gosta.

Jane’s Addiction: Imminent Song / True Love
Canções inéditas depois de anos. Os fãs que se contentem com isso, já que depois da treta que colocou uma pausa na reunião, sei não se sairá mais alguma música. Pior que as músicas são bacanas.

João Gomes & Pabllo Vittar: Vira Lata
Possível hit do verão 2025.

Kamasi Washington: Tiny Desk Concert
Não tem jeito, não é arrogância, não é dar uma de entendido, é só a comprovação que ele é dos maiores instrumentistas e criadores da música (e jazz) contemporâneo.

Kanye West / Ty Dolla $ing: PAPERWORK
A tal faixa em que o Ye encontra o funk no sampler de “Montagem Faz Macete 3” (DJ Vitinho Beat). Não por acaso foi dos poucos momentos interessantes dele no ano (e olha que ele lançou dois discos).

Knocked Loose ft. Poppy - Suffocate (Live Jimmy Kimmel)
Apresentação estrondosa no programa do Jimmy Kimmel, chocando os lares tradicionais americanos. Só por isso já adorei. Passo até indiferente a performance fraquinha da Poppy.

Lady Gaga & Bruno Mars: Day With A Smile
Dois dos maiores nomes da música pop atual numa canção bacana, mas genérica. Não por acaso só fez barulho quando lançada, pra depois cair no esquecimento. O público de música pop não é tão rasteiro.

LISA: NEW WOMAN feat. ROSALÍA
A moça do Blackpink numa faixa pop certeira, pulsante e envolvente, que cresce ainda mais devido a presença da Rosalía. Bem legal.

Mark Knopfler’s Guitar Heroes: Going Home
Mark Knopfler juntou dezenas de guitarristas de diferentes gerações para gravar essa linda faixa para arrecadar dinheiro em prol a uma fundação de tratamento de câncer. Tem Jeff Beck (ao que consta, em sua última gravação), Eric Clapton, Brian May, Ry Cooder, David Gilmour, Steve Cropper, Hank Marvin, John McLaughlin, Tom Morello, Nile Rodgers, Slash, Steve Vai, Pete Townshend, só para citar alguns. Confesso, que muitos nem identifiquei ao longo dos quase 10 minutos da faixa (para nossa alegria depois saiu um vídeo que demarca quem é quem na música). Para os aficionados por guitarra é um deleite.

Mastodon & Lamb Of God: Floods Of Triton
Duas das minhas bandas prediletas, das que mais ouvi na adolescência, se juntam numa turnê celebrativa e, de quebra, lançam uma faixa em conjunto. Incrivelmente soa como uma parceria mesmo. Talvez mais “mastodontica”, vai. Pesadona, mixagem ultra grave. Bacana.

MC Reino: Dona da Porsche (Dia de Princesa)
Quem diria que uma simples dissonância (voluntária ou não) causaria tanto burburinho no twitter. Achei isso mais divertido que a própria música.

Mdou Moctar: Tiny Desk Concert
Lançou um dos melhores discos do ano e foi lá quebrar tudo no programa. Que puta guitarrista! Muito legal ouvi-lo e depois assisti-lo pra observar como ele chega nesse fraseado tão singular.

Milton Nascimento & Esperanza Spalding: Tiny Desk (Home) Concert
Todo mundo viu, nem precisaria fazer comentários, MAS VOU. Achei muito legal ter sido gravado na casa do Milton. Gostei também de ver a dobradinha de guitarra e violão do Filipe Coimbra com o Lula Galvão (com o plus do Guinga em determinado momento). Diferentes gerações das 6 cordas servindo o mestre. Outro destaque é a alegria irradiante da Esperanza e a captação super orgânica. Sobre o Milton e suas conhecidas limitações, prefiro me reservar o silêncio.

Mk.gee - Are You Looking Up (no Jimmy Kimmel) / Candy (Live)
Estou longe de ter morrido de amores pelo disco dele (tem composições fraquinhas), mas adorei assistir essas duas performances. Ele tem uma linguagem guitarristica própria que muito me interessa. Isso passa pelo seu fraseado, ideias e timbres. Vale dar uma checada.

Nas & DJ Premier: Define My Name
Uma das maiores parcerias da história do hip hop, comemorando aqui os 30 anos de Illmatic com mais uma pérola. Som clássico, sem margem para erro. Simples e eficaz.

30 years of Illmatic: Live OMA Performance
Falando em Illmatic, saiu esse vídeo deste ótimo grupo recriando com seus instrumentos os beats deste álbum clássico do hip hop. Uma câmera só, mas com áudio otimamente captado. É bem legal.

Oruam / Didi/ DJ LC da Roça / MC K9 / MC Smith: Rolé da Favela de Nave
Aquela faixa divertida que compensa muito mais que os discos dos envolvidos. É bacana essa interação do funk com o trap.

Otoboke Beaver: Tiny Desk Concert
As quatro garotas numa performance menos feroz, mas igualmente divertida. Coloquei para os meus pais assistirem e eles acharam um absurdo (de ruim, de estranho). Elas tão no caminho certo.

Rafinha o Big Love e Biguinho Sensação: Meu Xodó
Abra uma cerveja, coma um torresmo, ouça essa música. Receita de um grande início de dia. Clipe divertido. Tecladinho e guitarra cafajeste. Funciona.

Rancore: Pelejar
Primeira faixa de inéditas do grupo em sei lá quantos anos. Não é exatamente ruim, mas também não me animou. Gosto da linha de baixo, do teor confessional, de estar numa linhagem do rock brasileiro… mas sei lá, falta algo após tanto tempo em silêncio.

ROSÉ & Bruno Mars: APT.
A menina do Blackpink se junta ao Bruno Mars num pop rock genérico que, se você não tomar cuidado, é capaz que fique na cabeça. Durante um mês só deu isso no TikTok e Instagram. Melhor ficar longe.

Pedrinha Moraes: Pi Po Po Po Ro Po
Ele tá fazendo um som.

Phish: Tiny Desk Concert
Tudo bem, é uma banda meio cafona, yuppie demais, mas confesso que acho muito boa. Sempre me impressiona o bom gosto do Trey Anastasio ao solar. Timbre macio e sempre encontrando a nota certa (curiosamente, o oposto do seu mestre, o Jerry Garcia, ícone em caçar (e por vezes deixar escapar) a nota certa). Curioso ver que eles fizeram essa apresentação ultra intimista após shows grandiosos e super produzidos naquela esfera de Las Vegas. Seja onde for, eles sempre se saem bem, para desespero dos detratores.

Piseiro do Barão feat. Mãe de Nininha de Oya: O Menino de Vó Vai Deixar Vovó
Se esse refrão não ficar na sua cabeça e esse ritmo não te envolver, pode comprar o caixão.

Poetas no Topo 4
Jotapê, Sain, LEALL, Don L, Xamã, Major RD, BC Raff, Froid, Cesar MC, DK47 e AJULIACOSTA na talvez melhor faixa deste projeto. 17 minutos com bons versos, variedade de flow e um beat com pegada e riqueza.

Sevdaliza / Pabllo Vittar / Yseult: Alibi
Um encontro cosmopolita da iraniana com a brasileira e a francesa numa canção que fez enorme sucesso no TikTok (logo, com todo o público jovem). É um pop bem estrondoso, que aplica elementos do funk de maneira inteligente dentro do seu arranjo. Seu refrão sampleado de uma canção colombiana chamada “Rosa” é altamente ganchudo e ganhou uma força dançante. Bem legal.

Soul Glo: Tiny Desk Concert
Aqui beirou o engraçado. Levaram amplificadores menores, seguraram a mão, mas no geral não abriram mão do que são. O resultado: a primeira roda de pogo no Tiny Desk.

Terraplana: Cultura Livre
A grande banda de shoegaze brasileira da atualidade numa boa performance, com a vantagem aqui de ter sido muito bem captado (em vídeo e áudio).

test plan - Walking In A Vacuum
Um dos melhores singles do ano. Canção eufórica que traz o apelo pop para o peso industrial. Isso em cima de uma batida dançante e performance avassaladora.

The Weeknd / Anitta - São Paulo
A música é fraca, o clipe é bizarro. Mas foi uma parceria forte o suficiente pra botar os dois nos holofotes por uns 15 dias. Para o mundo pop contemporâneo, basta isso pra canção existir.

Thullio Milionário: Casca de Bala
Um daqueles hits que viralizam sem nem nos darmos conta. Faixa estranha, meio nonsense, de refrão grudento. Nada sério, é só uma bobeira divertida.

TV On The Radio: Tiny Desk Concert
A banda voltou sem perder um miligrama de seu carisma e poder de fogo. Que apresentação legal! E o Tunde Adebimpe deve ser dos melhores vocalistas da história do indie rock.

Vic Deangelis feat. Anitta: Get Up Bitch
A baixista do Maneskin num single solo com a Anitta. Honestamente nem acho que tem propósito musical, o lance foi só fazer um encontro aparentemente improvável regado a sensualidade.

Voodoo Child (Slight Return): Forever Ahead Of Its Time
Isso é que eu chamo de material de publicidade bacana. Tom Morello, Nile Rodgers, Mateus Asato, Jimmie Vaughan, Tyler Bryant e outros “reunidos” numa homenagem a fender stratocaster e ao Jimi Hendrix. Ficou muito legal.

Wednesday: Tiny Desk Concert
E não é que a banda funciona bem ao vivo. E neste formato contido, a caipirice foi ressaltada.

Willie Nelson: Do You Realize?
Simplesmente Willie Nelson cantando Flaming Lips. Só por essa descrição já seria demais, mas a versão em si ficou bem legal.

WILLOW: Tiny Desk Concert
Pô, ela amadureceu hein. As canções são boas e sua voz está ótima. Grata surpresa.


BÔNUS
Já que a “batalha de diss” entre Drake e Kendrick Lamar foi um dos principais assuntos do pop e rap mundial, achei que valeria relembrar as faixas trazendo a análise de cada uma. Como avaliação geral, acho que há muita imaturidade e jogada comercial nessa treta que, por sorte, tinha um Kendrick no caminho e ganhou um caráter artístico interessante. Acho que ele nem deveria ter perdido tempo com Drake, mas tá aí, a merda já tá feita.

Future, Metro Boomin, Kendrick Lamar - Like That
A primeira diss que o Kendrick fez em resposta a “First Person Shooter” (lançada em 2023), que foi onde começou todo o rebosteio entre ele e o Drake. É um trap incisivo e interessante em seus versos e beat, mas que ganhou atenção pela treta mesmo.

Drake - Push Ups
Embora em qualquer diss o importante seja a letra, honestamente nem me sinto motivado a embarcar na brisa do Drake diante de flow e beat tão chato. Incrível como ele parece ter perdido a capacidade de soar ganchudo (e olha que esse já foi o forte dele, goste ou não). Chato.

Kendrick Lamar - Euphoria
Aqui a coisa sobe de patamar. Não só pela letra direta e forte, mas também pela dinâmica. Seu início tranquilo logo é tomado por uma força verborrágica. Parece confronto de rua, com o rapper disparando rimas sem piedade. Dava tempo do Drake pegar seus paninho de bunda e deixar quieto, mas…

Drake - Family Matters
Até começa bem, mas logo deságua no chorume repetitivo do Drake. Não dá.

Kendrick Lamar - meet the grahams
Um piano paranoico, um clima de suspense e uma letra endereçada não somente ao Drake, mas também a sua família. Uma maneira forte e criativa de se manter na briga. Acusações graves foram feitas. Mais uma vez ele se revela muito acima da média ao rimar. Embaçado.

Kendrick Lamar - Not Like Us
Falando em acusações, aqui a baixaria já começa pela capa do single, onde o Kendrick dá a entender que o Drake abusa sexualmente de menores. Mesmo na letra ele explicita essa informação. Isso dentro de uma canção de beat simples e memorável, além de flow cativante. Resultado: um dos maiores hits do ano, inclusive superando recordes que antes eram do Drake. Virou meme. Aqui o canadense deve ter se arrependido de ter provocado essa briga. Das acusações ele deve passar ileso, mas o ego foi ferido.

Drake - The Heart Part 6
Eu disse, ele perdeu o controle. Tomou ar, fez acusações que ninguém comprou, provocações bestas (que tonteira esse lance com altura) e ficou na sarjeta do vexame. Ele se enterrou. Nunca mais foi visto.

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