sexta-feira, 27 de setembro de 2024

ACHADOS DA SEMANA: Oasis, Talking Heads, Sylvia Telles, Erasmo Carlos, Caetano Veloso, Devo, Deep Purple, James Taylor e Premeditando o Breque

Fiquei algumas semanas sem postar aqui, então vou descarregar algumas audições que fiz nas últimas semanas. Segura:

Oasis
Com a volta do Oasis, foi inevitável não reouvir o grupo, mesmo que eu nunca tenha morrido de amores pelo grupo. Na verdade eu já tava ouvindo por conta dos 30 anos do Definitely Maybe (1994), que envelheceu muito bem e continua sendo o principal disco do grupo. Reouvi também o (What’s The Story) Morning Glory? (1995), que embora seja bacana, me pega muito menos. Aqui o pastiche de Beatles foi acentuado, sendo alguns momentos meio bestas. Continuo achando “Wonderwall” um porre. Em contrapartida, “Don’t Look Back In Anger” é um arrasa quarteirão. Irregular, mas inegavelmente um símbolo de uma época. Por sua vez, Don’t Believe The Truth (2005) não é símbolo de nada, tendo sido esquecido com o tempo, embora eu considere o melhor disco do grupo. Inclusive a formação é muito legal, tendo o Andy Bell (ex-Ride) e o Zak Starkey. Será que eles vão participar dessa reunião?

Talking Heads
Semana retrasada tive a oportunidade de ir ao cinema ver o Stop Making Sense (1984). Obviamente já conhecia a obra, mas assistir em tela grande ressaltou suas qualidade. A direção/filmagem é soberba, tudo é muito bem roteirizado, os figurinos e danças são divertidos e, o principal, as canções são espetacular (energéticas, complexas, carismáticas). O David Byrne é um tremendo frontman e guitarrista (ele com o Alex Weir forma uma das principais duplas rítmicas da história da guitarra). Já a Tina Weymouth é linda e espetacular baixista (incrível como suas linhas tão pintando na cara neste show). Só há elogios dignos de um dos grandes shows da história da música pop. Foi difícil assistir qualquer coisa no Rock In Rio depois disso.

Sylvia Telles
Para muitos, umas das melhores intérpretes de Tom Jobim. Escutando confirmo os dizeres. “Dindi” mesmo é um absurdo. Mas acho curioso como sua voz em alguns momentos me traz uma ternura típica do que viria a ser a Jovem Guarda. Talvez seja loucura minha. Talvez impressão por conta da capa do Amor em Hi Fi (1960). Falando no disco, ele é uma pérola da canção brasileira, embora pouco lembrado. Tem cada arranjo (não sei assinado por quem).

Erasmo Carlos
Vi o Rick Ferreira no podcast do Mateus Sterling dizendo o quão importante foi o ano de 1976 pra música brasileira e pra sua carreira. Como exemplo, mencionou que gravou discos emblemáticos com o Raul Seixas, Belchior e o A Banda dos Contentes do Erasmo Carlos, que até então não tinha escutado. E é impressionante como a cada álbum do Tremendão que conheço fico mais impressionado com sua carreira na década de 1970. Ele foi um compositor de muito bom gosto e atento às transformações da música pop no mundo.

Caetano Veloso
Livro (1996). Discaço do Caetano que fazia anos que eu não escutava. Lembrei dele ao ver o Kiko Loureiro falando que o álbum inspirou muitos trabalhos do Angra. Quem conhece ambos entende onde está as referências. Mas voltando exclusivamente ao Livro, adoro a maneira com que a percussão baiana, tão em voga no período por conta da axé music, é aqui explorada com enorme êxito. Disco muito bem escrito, tocado e gravado. Muito bom.

Devo
Hardcore Devo, Vol.1 (1974-1977). Vi o Barcinski falando dessa compilação do Devo, que traz o grupo em seus primeiros registros, antes mesmo do debut. É muito legal ouvir as canções em fase embrionária e perceber que, apesar de mais “cruas” em arranjo e produção, a essência estética já está toda lá. O Barça falou que acha essas versões mais legais que as gravadas posteriormente. Acho um “exagero jornalístico”, mas com certeza vale conferir.

Deep Purple
Depois de anos fui reouvir o In Rock (1970). Que puta disco de rock! A banda tinha um vigor impressionante. A produção é meio caótica, o que apenas acentua o sentimento de urgência. Os solos do Blackmore são muito criativos. Gillan nunca soou tão feroz. Embrião do heavy metal.

James Taylor
JT (1976), ótimo álbum do James Taylor. Um pouco menos folk, um pouco mais AOR. Rola uns arrojos composicionais à la Steely Dan. Na banda de apoio temos Danny Kortchmar, Clarence McDonald, Russ Kunkel e Leland Skalar, todos dando uma aula de bom gosto em seus respectivos instrumentos. Participam ainda David Sanborn, Linda Ronstadt e Carly Simon. A gravação é cristalina. Tem sua cafonice? Claro, mas sou pai e tenho 34 anos, então não espere de mim grandes transgressões sônicas.

Premeditando o Breque
Finalmente comprei aquele box do Premê contendo a obra completa do grupo. Repassei os dois primeiros discos do grupo, que já gostava e continuei adorando. Mas a surpresa veio com o Alegria dos Homens (1991) que não conhecia e soou com enorme frescor criativo. Algumas canções extraíram risos da minha filha. Muito bem arranjado e tocado. Inclusive, o Mário Manga e o Wandi Doratiotto são dois caras muito subestimados. Vale conferir. Talvez nas próximas semanas comente outros trabalhos do grupo.

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