The Beach Boys
Assisti o documentário The Beach Boys na Disney. É aquele típico filme que não revela grandes novidades, mas que mapeia muito bem o assunto para leigos. Eu gostei bastante, tanto que me motivou a ouvir alguns discos que não tinha dado a devida atenção. O Smiley Smile (1967) me soou melancólico. Embora exitosamente psicodélico, o álbum reflete a pane mental do Brian Wilson, fazendo com que as canções/arranjos soem inacabados. Há um certo vazio, quando não preenchido pela loucura, vide a estranha “Wind Chimes”. Incrivelmente está aqui também “Good Vibrations”, das canções mais ricas do período. Por sua vez, no álbum Surfs’s Up (1971) eles parecem deixar tudo para trás. As garotas, as pranchas, o pop, o Brian Wilson… tudo se afoga num ótimo disco de rock. Ele soa até bastante “sujo” e lo-fi para os padrões do grupo. Já o Holland (1973) é mais uma tentativa de superar o passado. Sonoramente é bem bacana, trazendo ótimas melodias, belos arranjos e uma abordagem soft rock bem resolvida. Comercialmente passou despercebido. Três discos de altos e baixos, mas ainda assim muito bons.
Banda Black Rio
Confesso que até então só tinha escutado o clássico/maravilhoso Maria Fumaça (1977). Vi o João Marcelo Bôscoli falando sobre o álbum Saci Pererê (1980) e fui ouvir. De alguma forma ele me pareceu menos ousado e inspirado no que diz respeito às composições e arranjos (mas é que a régua tava alta). Dito isso, o groove come solto, a gravação é cristalina e a performance é arrebatadora. É sem o Jamil Joanes, mas ouvindo sequer me atentei, já que tem excelentes linhas de baixo assinadas pelo Décio Cardoso. Obviamente o Oberdan Magalhães, Barrosinho, Paulinho Braga e Jorge Barreto (Jorjão) também quebram tudo!
Family
Bandaça que mostra como os fãs de rock setentista não gostam realmente do gênero, já que essa banda continua desconhecida do grande público. Tava reescutando o Fearless (1971), disco que tem como diferencial o baixo melodicamente criativo e encorpado do John Wetton. As canções são muito boas e a gravação é organicamente poderosa. É o progressivo em sua abordagem mais rockeira. Fora que o Roger Chapman é um dos grandes vocalistas da época.
Sparks
Somente agora assisti o excelente documentário contando a história do Sparks (Os Irmão Sparks). Tá na Netflix, não deixem de conferir. Como a maioria, desconheço a enorme discografia do grupo por completo. Sendo honesto, nem mesmo o No.1 In Heaven (1979) eu conhecia. E olha que dá pra chamá-lo de clássico. Tanto por ter feito sucesso quando lançado, quanto por ter apontado o rock para uma nova direção. A produção é do Giorgio Moroder, na época em auge artístico. O resultado é o embrião do synthpop, curiosamente não soando datado, inclusive em timbres (de tão singular e divertido que é). Parece o encontro do Suicide com o Human League. Álbum altamente dançante e futurista.
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