Dinosaur Jr.
Acho que até então não tinha escutado os discos do Dinosaur Jr. de quando eles voltaram com a formação clássica. Fato é que achei o Beyond (2007) uma imundice deliciosa. Tem momentos que o amplificador de guitarra parece tá pedindo arrego (corriqueiro no mundo do J Mascis). É indie, é melodioso, mas também noise. O Farm (2009) é igualmente delicioso em sua densidade barulhenta. Fora que talvez tenha canções ainda mais inspiradas. As tremendas linhas de baixo do Lou Barlow são um show à parte. Resumindo: dois ótimos discos, perfeitos para ouvir correndo.
Earth
Confesso que até então só havia me atentado à fase drone metal do Earth (que eu adoro). Mas em 2008 eles soltaram o The Bees Made Honey In The Lion’s Skull, disco muito mais viajante e convidativo. Parece uma trilha sonora de terror western. Tudo muito climático, com momentos de beleza e densidade. Vale dizer que o Bill Frisell colabora em algumas faixas, o que não é pouca coisa.
Raphael Saadiq
Já faz alguns anos (décadas) que o cara tá em alta. Na real, desde a época do Tony! Toni! Toné!. Mas ele voltou a chamar atenção por conta de seu trabalho com a Beyoncé. Decidi então revistar seu aclamado debut solo, Instant Vintage (2002), álbum fundamental no desenvolvimento do neo soul/r&b contemporâneo. Ao contrário de muitos discos do estilo do período, ele envelheceu bem. Muito por conta dos arranjos e produção soberbos. Referência fundamental pra quem quer produzir música pop hoje em dia.
João Nogueira
Li o Marcelo D2 falando sobre o Vida Boêmia (1978) ser um dos álbuns prediletos dele. É um espetáculo mesmo, já desde a capa. Sua interpretação ébria (de verdade, não canastrona) é um show à parte. E não que eu conheça sua discografia tão bem, mas a seleção de repertório aqui foi um primor. O envolvimento do Paulo César Pinheiro talvez explique isso. Fora que tem Luizão Maia no baixo, Wilson das Neves na bateria… um esculacho.
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