B.B. King
Por vezes eu negligencio a obra do B.B. King. Até mesmo por saber que seu talento não permitiu o lançamento de trabalhos ruins. Deixo até o questionamento: qual o pior disco do B.B. King? Dito isso, sempre vale a pena voltar a álbuns como o Indianola Mississippi Seeds (1970). Nessa época ele tava com a corda toda (em prestígio, em inspiração, em tocabilidade). Fora que na banda temos Jerry Jemmott, Carole King e Leon Russell. Apelação. Ainda sobre o B.B. King, tava ouvindo o poeiraCast e o Ricardo Alpendre comentou algo bem interessante: a maneira como o Klaus Voormann aplica a linguagem de baixo acústico com o baixo elétrico no In London (1971). Ouvindo fez total sentido. Falando em acústico, que tremenda faixa é “Alexis’ Boogie”, não? E assim passei por dois discos do mestre do blues nesta semana.
Bandaliera
Rolou há cerca de um mês um espetáculo com orquestra de releituras do rock gaúcho. Nomes como Edu K, Frank Jorge e Carlinhos Carneiro estavam presentes. Vi por acaso um vídeo do ensaio em que cantavam uma música chamada “Campo Minado”. Achei um rock n’ roll certeiro. Procurando descobri ser da banda Bandaliera. Peguei o disco ao vivo lançado por eles em 1992 para ouvir. É bem legal. Eles devem representar para o Rio Grande do Sul o mesmo que o Celso Blues Boy para o Rio de Janeiro ou a Patrulha do Espaço para São Paulo. É o verdadeiro southern rock, repleto de influência setentista, boas canções e muita guitarra. Todavia, ouvi-los numa semana tão trágica para o Rio Grande do Sul foi emotivo. “Nosso Lado Animal” ganhou até outra dimensão. Dito isso, vale a pena não somente escutar o disco, mas colaborar com inúmeras campanhas donativas que buscam amenizar o sofrimento das pessoas da região. A Fresno inclusive encabeça um desses movimentos.
Cloud Nothings
Steve Albini morreu e de cara fui relembrar alguns discos que ele esteve envolvido (enquanto produtor, enquanto técnico de áudio). Reouvi depois de muito tempo o Attack On Memory (2012) e ele continua soando muito bem. Cheguei a conclusão que tem faixas que soam como tudo que as bandas de post-punk revival queriam ter feito. Mas tem também noise, “pop punk” e ida para caminhos pouco convencionais dentro do indie rock. É bem bacana.
Mogwai
Mais uma das produções do Albini. “My Father My King” (2001), música/EP lançado pelo Mogwai. Um dos grandes momentos da banda. A composição cresce de maneira exuberante e destrutiva. Tremenda performance. Os amplificadores e as orelhas esquentaram nesse dia.
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