sexta-feira, 29 de março de 2024

ACHADOS DA SEMANA: Nelson Freire / Chopin, Jim Hall, Elvin Bishop, Paralamas do Sucesso e Devotos

Nelson Freire / Chopin
Tenho para mim que um dos primeiros compositores eruditos que tive algum apreço foi o Chopin. O fato dele compor para piano (instrumento rico e adorável) e ser um tremendo virtuoso ajuda muito. Paralelo a isso, lembrei do Nelson Freire, facilmente um dos maiores e melhores instrumentistas da história deste país. Logo, fui ouvir sua interpretação para Sonata No. 3 in B Minor. Tem um disco de 1972 com esse registro. É um espetáculo. Tão técnico quanto lírico.

Jim Hall
Where Would I Be? (1971). Jim Hall, um dos maiores guitarrista de todos os tempos (do primeiro escalão no jazz), aqui num disco com certa influência brasileira, o que se manifesta inclusive pela presença do Airto Moreira (bateria e percussão). É maravilhoso. Interessante analisar o timbre da guitarra, ultra “fechado”, preservando/ressaltando a característica acústica do instrumento, talvez até buscando emular um violão de nylon. Dito isso, um show de performance de todos os envolvidos.

Elvin Bishop
Conhecia esse ótimo guitarrista somente pelo trabalho ao lado da Paul Butterfield Blues Band. Mas cai num disco solo dele, o Let It Flow (1974), e gostei bastante. Tem aquela sonoridade bem americanizada, principalmente ao fundir o blues com a música country. Vale dizer que Charlie Daniels, Dickey Betts e Sly Stone são alguns que participam do trabalho. Na sequência ainda ouvi o Big Fun (1988), que até pela época me soa como uma fase “decadente do blues”, embora tenha sido lançado pela Alligator Records, que na época bombou via artistas como Robert Cray e Albert Collins. Mas sei lá, essa sonoridade oitentista não combina tanto com o blues e, ainda assim, por soar “deslocado”, também tem seu charme. Ambíguo, não?

Paralamas do Sucesso
Severino (1994). Aquele típico disco que a crítica não gostou, que não foi grande sucesso comercial, mas que os fãs e os próprios artistas adoram. Se por um lado não tem interligação nenhuma com o movimento grunge do período, há muito com o rock latino e com a música nordestina. Isso sob produção do Phil Manzanera. Brian May participa numa faixa. Não amo, mas gosto.

Devotos
Uma lei tornou o Devotos patrimônio cultural do Recife. Já eram antes disso, mas não deixa de ser um reconhecimento importante. Banda histórica do punk rock nacional. Logo, fui rever o Agora Tá Valendo (1997), de quando eles ainda assinavam como Devotos do Ódio. É cru, feroz e cheio de personalidade. Acho embaçado.

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