sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

ACHADOS DA SEMANA: XTC, Yes, Camarón de la Isla, Celso Machado, Rush e Dead Kennedys

XTC
O que se daria do encontro dos Beatles com Talking Heads? Chuto que o Orange & Lemons (1988) do XTC, disco tão pop e oitentista quanto invento, estranho e psicodélico (até na capa). O Andy Partridge tava inspirado, revelando que, apesar das divergências, aprendeu muito com o Todd Rundgren. Vale dizer que as baterias foram gravadas pelo Pat Mastelotto, o que explica como ele foi parar no King Crimson.

Yes
Vi uma entrevista com o Bumblefoot em que ele diz que o Going For The One (1977, logo, auge da explosão punk) é não só seu disco predileto de rock progressivo, mas de qualquer gênero. Fui reouvir e, apesar dos exageros dele (ou mera constatações pessoais) fato é que é um tremendo disco, inclusive, talvez até mais inspirado que os dois anteriores do Yes. Ia falar que o Steve Howe tá um assombro, mas aí é redundância. Vale relembrar.

Camarón de la Isla
La Leyenda Del Tiempo (1979). Ao que consta, é um clássico da música flamenca. Escutando agora é fácil entender. Ele traz certa “eletrificação” ao gênero. Isso sem se desprender por completo do elemento acústico tão charmoso do estilo. Fora que o Camarón é um tremendo cantor, cheio de convicção, dramaticidade e potência. Há ainda uma riqueza nos solos que bebem no jazz. Fantástico.

Celso Machado
Brasil Violão (1978). Nunca tinha ouvido falar deste disco. Peguei por acaso e adorei. É aquela já conhecido encontro do popular e o erudito via o violão brasileiro. Técnico, charmoso, colorido e aconchegante.

Rush
Counterparts (1993). Tava reouvindo esse ótimo disco do Rush e pensando em como o grunge influenciou até mesmo bandas que em nada pareciam influenciar. Nessa época o trio canadense voltou a soar muito mais orgânico. Aqui tem ótimas canções e, pra variar, performances de tirar o fôlego, com destaque para o subestimado Alex Lifeson.

Dead Kennedys
Plastic Surgery Disasters (1982). Outro disco que reouvi essa semana. Tudo bem, o debut é um clássico, mas esse disco tem uma energia ainda mais fantástica. A banda tava voando e a produção é ainda mais calorosa. A sonoridade me remeteu ao que seria o cruzamento do Bad Brains com o Cramps. Isso, claro, com o humor e a inteligência própria de um Jello Biafra. Foda.

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