sábado, 3 de fevereiro de 2024

ACHADOS DA SEMANA: Snakefinger, Frank Sinatra, A Barca, Titãs & Barão Vermelho, Autopsy e Nau

Snakefinger
Chewing Hides The Sound (1979). Espetacular disco do singular guitarrista do Residents. Se bobear, gostei até mais que dos cultuados discos do grupo (que também curto, claro). Cheguei nele por ter lido elogios feitos não lembro se pelo Scandurra ou Frusciante (dai aí dá pra se ter uma ideia da proposta). É estranhão, mas também bem zappiano, com direito a guitarras desconcertantes, excelentes timbres, arranjos/composições nada ortodoxas e humor sagaz. Se sua onda for guitarras bem tocadas e/ou art rock, não deixe de conferir.

Frank Sinatra
Sings For Only The Lonely (1958). Disco para ouvir antes de dormir. Acompanha um chá. Interpretações tecnicamente perfeitas e singelamente emotivas. Não tem erro.

A Barca
A Barca, grupo que eu conheci por ter revelado ao mundo a Juçara Marçal, mas que é muito mais que isso, tendo desenvolvido um trabalho importante de pesquisa do cancioneiro tradicional e popular brasileiro. No álbum Baião de Princesas (2002) há um foco em canções ritualísticas, cirandas e outras belezas, que foram de grande felicidade ouvir ao lado da minha filhinha. Mas mais interessantes é procurar os vídeos do Turista Aprendiz (2000), projeto do grupo em que eles percorrem 21 municípios, por regiões desassistidas e invisibilidades, difundindo seu trabalho, mas também registrando o material artístico produzido nesses locais. Um documento musical, social e histórico.

Titãs & Barão Vermelho
Saiu no Spotify uma gravação chamada Barão & Titãs Juntos Ao Vivo que contém o registro de um especial de fim de ano das bandas pra Rede Globo em 1988. É muito legal. Inclusive, sempre ouvi críticas à performance das bandas no passado, não parecendo se sustentar diante deste registro. É tudo muito bem executado (destaque para os baixos do Nando Reis e as guitarras do Frejat). Repertório matador. Vale dizer que tem participação do Caetano Veloso e Luiz Melodia. Tinham agora que arrumar um jeito de tratar também a imagem e lançarem em vídeo.

Autopsy
A banda vem lançando discos bem legais, então decidi revistar seus primórdios. Peguei o Severed Survival (1989). Um clássico do chamado death doom, dono de agressividade, timbres graves, performance vocal primorosa (gutural na medida), momentos cadenciados fortíssimos e excelentes linhas de baixo de ninguém menos que Steve DiGiorgio. Sem brincadeira, é um dos grandes discos de death metal da história. Sensacional.

Nau 
Nau (1987). Daqueles discos que sempre ouvi falar, mas fui deixando passar sem nunca ouvir. Banda cultuada de pós punk brasileira que trazia na formação a Vange Milliet e o guitarrista Zique, que infelizmente faleceu hoje, me levando a finalmente a quitar essa divida auditiva. Tem energia, personalidade, boas composições e, realmente, o Zique era um guitarrista diferenciado, que parece estar a todo tempo tentando (e conseguindo) domar o instrumento. Adoro esse tipo de guitarrista.

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