domingo, 21 de janeiro de 2024

TOP 5: Músicas tristes

Titulo autoexplicativo. Chorei com "Hurt" (nessa altura, vê se pode) e decidi listas mais 4 composições. Ouçam e se emocionem. 

Johnny Cash - Hurt
Um já clássico quando se trata de canções emotivas. Johnny Cash, um patrono do canção norte-americana, em seu derradeiro disco - o quarto daquela série de álbuns produzidos pelo Rick Rubin, série essa que trouxe holofotes de volta ao artista após anos de ostracismo - lançado em 2002, aos 71 anos, gravando artistas contemporâneos àquele momento. Neste caso, ele buscou a amargurada “Hurt” do Nine Inch Nails para se despedir deste plano. Só que não é uma despedida em paz, mas sim cheia de remorso e desencanto com seu “império de sujeira”. Vale não somente ouvir a música, mas também assistir o premiado videoclipe, gravado apenas 7 meses antes da morte do cantor e 3 meses antes do falecimento da June Carter, sua parceira de uma vida, que aparece também no vídeo.

Mount Eerie - Real Death
Mount Eerie é o projeto solo do Phil Elverum, músico norte-americano consolidado no cenário alternativo devido seu trabalho no The Microphones. Em 2017 ele lançou o álbum A Crow Looked At Me, tematicamente centralizado no luto, visto que foi composto após a morte da sua esposa, com a qual havia acabado de ter uma filha. O álbum foi gravado no quarto em que sua esposa faleceu, com instrumentos que pertenciam a ela. Sem enrolação, rimas ou metáforas incapazes de traduzir dor e frustração, "Real Death" abre o disco de forma explícita. É um desabafo de interpretação contida. Não que eu queira dar spoiler, mas é de cortar o coração a maneira com que ele descreve uma encomenda que chega no nome de sua falecida esposa contendo um presente para a filha. Nunca um disco foi capaz de levar o ouvinte às lágrimas tão rapidamente.

Roberto Carlos - Traumas
É de conhecimento de todos que o Roberto Carlos sofreu um acidente na infância que gerou o amputamento de uma perna. Todavia, esse tema sempre foi um tabu, com raras manifestações do Rei sobre o assunto. Mas na música “Traumas” ele abordou o acidente da forma mais confessional e dolorosa possível, descrevendo não somente as mazelas físicas (“no delírio da febre que ardia, do meu pequeno corpo que sofria, sem nada entender”), mas também o sentimento de frustração, os pesadelos que o atormentavam já na vida adulta e da reação do pai após o acidente. Isso tudo dentro de uma canção de arranjo dramático e interpretação sublime do Roberto em seu auge vocal.

Arnaldo Baptista - Desculpe
Se por um lado o relacionamento amoroso do Arnaldo Baptista com a Rita Lee deu vazão criativa para alguns dos momentos mais audaciosos dos Mutantes, por outro, o fim do casamento jogou o Arnaldo ladeira abaixo. Por trás de qualquer elemento tóxico que possa parecer um relacionamento não superado, há também uma fragilidade emocional e, até mesmo, questões psiquiátricas, que trouxeram vicissitudes dramáticas ao Arnaldo. Neste sentido, “Desculpe” é a composição que melhor representa seus arrependimentos, dores e confusões. O canto frágil e a linha de baixo paranóica causam enorme e dolorosa angústia.

Raul Seixas - Banquete de Lixo
Agora uma faixa triste em muitos aspectos, visto que, de certa forma, é um perfeito retrato da decadência que o Raul Seixas passou no final da vida, tanto em desprestígio enquanto artista, mas também pelos problemas envoltos ao alcoolismo. A história narrada na letra nem precisa ser fidedigna, já que sua performance vocal - de enorme debilidade em projeção vocal, interpretação e ritmo - traduz seu momento de declínio. Até mesmo a produção datada parece um retrato amarelado do período. Vale dizer que o disco que contém a faixa - A Panela do Diabo (1989) - foi lançado apenas 3 dias antes da morte do artista baiano.

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