terça-feira, 12 de dezembro de 2023

RETROSPECTIVA 2023: Não pode passar despercebido

Sabe aquela música que não pode passar despercebida numa retrospectiva, seja por ter tocado muito (é agora que lembrarei os hits de qualidade duvidosa), por apontar novos horizontes, por ter um clipe interessante ou simplesmente por ser legal? Pois então, são essas faixas que reúno neste post.

Tais músicas não são necessariamente as melhores do ano (longe disso, alias), até porque exclui deste post as grandes músicas que estão dentro dos grandes discos. Aqui estão faixas isoladas (normalmente lançadas enquanto singles mesmo) que merecem atenção.

Reúno também nesse post algumas "lives" ou programas do YouTube que tragam grandes performances ao vivo. É uma das poucas heranças positivas da pandemia.

Vamos a elas:

Ana Castelo - Nosso Quadro
Agora o sertanejo "dessertanejou" de vez. A temática e o chapéu ainda estão lá, mas a produção eletrônica é a cara do agro: cheio de dinheiro, mas miserável. Usaram uma bonitona pra vender essa estética e boa parte do público recebeu de bom grado. Uma tristeza. 

Bibi Babydoll & DJ Brunin XM - Automotivo Bibi Fogosa
Chegou ao primeiro lugar no Spotify na Ucrânia e é das faixas mais buscadas no Shazam na Rússia. Isso tudo em plena guerra. Um caso um tanto quanto bizarro e, até o momento, sem explicação convincente. A música em si: uma diluição do funk, meio duro, sem carisma e de produção polidinha sem graça.

Bike - Full Performance (Live On KEXP)
Muito legal ver a banda brasileira neste emblemático programa, isso justamente após lançar seu, possivelmente, melhor disco.

Bill Orcutt Guitar Quartet (Tiny Desk Concert)
A guitarra contemporânea em um de seus momentos mais imersivos e instigantes. Simples assim.

Björk & ROSALÍA - Oral
O tipo de feat. que já chama atenção de cara. Diferentes gerações, ambas talentosas e sérias em suas propostas. Funcionou bem demais.

Caroline Polachek (Tiny Desk Concert)
Já tinha adorado seu disco, mas foi aqui que ela me revelou que não é uma farsa no que diz respeito a performance vocal. Ela canta muito bem. Uma delicia de apresentação. Os arranjos neste formato mais orgânico funcionaram demais.

Chelsea Reject - I Just Wanted 2 Yell LOL
O algoritmo me jogou pra essa música e eu fiquei de cara. Meio pós-punk, meio rap. A moça transparece atitude na performance. Todavia, confesso não saber do que se trata (nem fui procurar saber). Pelo número de reproduções deve ser uma artista pequena.

De La Soul and The Roots - Stakes Is High (no Jimmy Fallon)
Poucas semanas após a morte do Trugoy The Dove, ⅔ do De La Soul aparece no programa de TV acompanhado da The Roots. Performance musicalmente exitosa e emocionante.

Dry Cleaning (The Tonight Show Starring Jimmy Fallon)
Teve uma semana no Jimmy Fallon no começo do ano que só foi banda legal. Lembro do The Smile, Idles, Alvvays e do Dry Cleaning, sendo a apresentação deste último bem classuda. Essa cantora é encantadora hein.

Dua Lipa - Houdini
Gata. Disco music. É ela. É isso.

Ebony - Espero que Entendam
Olha, se for pra fazer um diss, não venha com “espero que entendam”. Chuta logo o balde e pronto. Fato é que a moça disparou contra um punhado de rappers (Djonga, Felipe Ret, Baco, dentre outros que já nem me lembro) e ninguém pareceu dar muita bola, até porque, convenhamos, a música é bem besta. Flow e beat fraquinhos. Que ele se saia melhor na próxima.

Felipe Amorim - Toca o Trompete
Fez bastante sucesso. Honestamente não sei em qual gênero se enquadra. É brega funk? Ao menos a temática do funk tá ai. Já canção tem o sotaque do forró moderno, assim como guitarrinhas pegajosas e uma melodia convidativa de trompete. Dito tantas palavras elogiosas, vale dizer também que é altamente esquecível.

Fred again… (Tiny Desk Concert)
Podem acusar ele de muita coisa, mas ele sabe o que tá fazendo. Essa performance me soou melhor que seus discos.

Gorillaz (feat. Mc Bin Laden) - Controllah
Logo que saiu o brasileiro hipster classe média ficou besta. Hoje ninguém lembra mais. Normal, é esquecível mesmo. Mas ok, não é ruim, só não é boa. Vale dizer que foi lançada como um bônus do disco.

Hugo Ojuara - Preto Demais
Não importa o quão o identitarismo da Rede Globo queira aparentar conviver com pretos, com o povo, com o pagode. Na hora que é lançada uma música como essa (um samba bem escrito, bem arranjado, bem tocado e confrontoso) a “inclusão pra otário aplaudir” fica para escanteio.

Kenny Beats (Tiny Desk Concert)
Kenny Beats na bateria em releituras do seu último (e emotivo) disco solo. Rola até participação do Jpegmafia. Nada mal.

Léo Santana - Zona de Perigo
Um dos hits do verão. Sax e refrão pegajosos, tremenda linha de baixo, ritmo dançante intrincado, “faz o L”, elementos de pagodão, axé e até mesmo funk... dá pra entender o sucesso.

Luísa Sonza - Campo de Morango
Chegamos no single de 1 minuto. Comercialmente funciona. A música? Começa bem (produção corrosiva, flow rapidão), mas depois degringola para o óbvio. E isso porque, lembrando, tem pouco mais de 1 minuto. Ao menos ela abandonou todo o sofrimento falso e só se portou como uma vagabunda mesmo (sem julgamento moral, é constatação, ela mesmo diz na letra). Por mim tudo bem, se assim lhe fizer feliz.

Manu Bahtidão, Simone Mendes - Daqui Pra Sempre
Hitzão. Incrível como a Simone tem uma luz. Achei bacana.

Marília Mendonça - Leão
Mais um hitzão. Faixa muito legal. Refrão memorável, boa melodia, um "flow meio trap" e a ótima interpretação da Marília. Ela era diferenciada mesmo.

Miley Cyrus - Flowers
Não tenho saco para seus discos. Já sei o que vou esperar e em grande parte não me agrada. Dito isso, essa música é até simpática. Ganchuda ao menos. Não me espanta ter tocado tanto.

Nattan - Love Gostosinho
Arrumaram um novo Wesley Safadão?

Noname: Tiny Desk Concert
Ficou impressionado com o flow dessa moça. Ela não respira! Sua banda traz calmaria para seu estilo. Bela performance.

Oh Polêmico - Deixa Eu Botar Meu Boneco
Um dos hits do verão. Sem pudor lírico (beirando o absurdo), interpretação eufórica e ritmos enlouquecedores. Confusão.

Paledusk (feat. VIGORMAN) - I’m ready to die for my friends
Cai nesse vídeo, achei bizarra (não necessariamente positivamente) a fusão de metalcore, j-pop e sei lá mais o que e decidi compartilhar com vocês. Assistam por sua conta em risco.

Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs - Big Rig (Live on KEXP)
Porque o heavy metal pode ser menos sisudo e mais divertido. Sludge dos bons. Performance muito bem captada.

PJ Harvey: Tiny Desk Concert
Como não se apaixonar por essa mulher?

PRISCILA feat. Bonde do Tigrão - Quer Dançar
Mudou o visual, mudou atitude, continua sendo musicalmente um lixo. Na real é a caricatura do lixo. Mas ganhou destaque, então tá aqui pra quem quiser relembrar.

Shakti: Tiny Desk Concert
Alguém precisa trazer esse show para o Brasil. Música indiana, jazz, virtuosismo, experiência, paixão, descontração… tá tudo aqui. Espetacular!

Surra - Ensaio Aberto Family Mob
Falando sério: em performance, não sei se tem banda de rock melhor no Brasil atualmente não.

The Beatles - Now And Then
Não é todo dia que temos um lançamento dos "Beatles". E, por mais que a música seja bacana (e não mais que isso), vale mesmo é assistir o vídeo que mostra o processo de como a canção foi feita e “tratada”, o que possibilitou seu lançamento. Já o clipe que a faixa recebeu é medonho de feio.

The Smile (Tiny Desk Concert)
Logo nos primeiros dias de 2023 saiu essa performance intimista que retrata um dos melhores lançamentos do ano passado. É uma beleza.

Tinariwen - Full Performance (Live on KEXP)
Banda emblemática quando falamos daquele rock psicodélico do tuaregue. Apresentação muito bonita e que vale ser assistida com atenção, embora confesse que goste de deixar rolando enquanto cozinho ou brinco com minha filha.

Treyce - Lovezinho
Um dos hits do verão. Um tal de Xurrasco dançou e a parada bombou. Espanta ela ser menor de idade, cantar o que canta e os identitários não virem com seu costumeiro moralismo. Se isso não é problema, não é a melodia “furtada” de “Say It Right” (Nelly Furtado) que será.

Viagra Boys (Live On KEXP)
Uma das bandas de rock mais legais da atualidade numa performance vigorosa.

Wilco in KUTX Studio 1A
Tá na hora da banda voltar pro Brasil. As músicas do novo disco soam ainda melhores ao vivo.

Scarface (Tiny Desk Concert)
E nos últimos dias de 2023, saiu essa apresentação do lendário Scarface, numa abordagem mais orgânica e mostrando o grande interprete que é. Ele não simplesmente rima, ele dá vida ao texto. Os rappers ainda tem muito o que aprender com ele.

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