sábado, 18 de novembro de 2023

ACHADOS DA SEMANA: Bad Religion, Elizeth Cardoso, Claudia Telles e Carmen Miranda

Bad Religion 
Nunca fui entusiasta do Bad Religion, com o show que vai rolar no Brasil, quis dar uma nova chance. Pulei o Suffer (1988) e o No Control (1989) que eu já conhecia e fui de encontro ao Against The Grain (1990) e Recipe For Hate (1993), talvez os discos de maior sucesso comercial da banda. Minhas impressões continuam as mesmas: o instrumental é bacana (dentro da proposta, claro), é bem gravado e as letras trazem aquele engajamento superficial que funciona. Agora, me espanta como uma banda que ficou conhecida por moldar o hardcore melódico ser tão ruim de melodia. “Kerosene” pareceu o único destaque neste sentido. A limitação harmônica talvez explique isso. Com meus ouvidos burros e sem nenhuma confirmação diante de um instrumento, fico com a impressão que o Greg Graffin canta sempre dentro da mesma escala/modo. Além disso, sua interpretação contida parece nunca chegar onde deveria.

Elizeth Cardoso
Peguei dois discos da Elizeth pra ouvir essa semana. Primeiro o Elizete Sobe O Morro (1965), onde ela elimina a canção do seu samba-canção e se joga no samba, desta forma produzindo um dos grandes discos do gênero. Que cantora! A instrumentação e escolha do repertório também são irretocáveis. Na sequência ouvi o Falou e Disse (1970), mais “arrojado” em termos de produção, com arranjos mais rico em instrumentação. O grande destaque aqui é o repertório, com canções do João Nogueira, Nelson Cavaquinho, Paulinho da Viola e da dobradinha Baden Powell e Paulo César Pinheiro. Espetacular!

Claudia Telles
Claudia Telles (1977), daqueles discos perfeitamente radiofônicos para o período, calcado basicamente em “canções românticas”, mas que revelam composições do Robson Jorge, regravação de Beatles e Tom Jobim, arranjos do Lincoln Olivetti, além de instrumentistas como PCB e Picolé. Dito isso, é de uma qualidade latente.

Carmen Miranda
Tem uma compilação da Carmen Mirando no Spotify chamada Disseram Que Voltei Americanizada (1939-1942) que é um espetáculo. Tem faixas gravadas ao lado do Bando da Lua Gravado, Conjunto Odeon e Diabos do Céu. Os arranjos são soberbos, mas o que me pegou mesmo é a interpretação da Carmen, de carisma digno de uma atriz, que sabe dar vida para as canções. Além da perfeita afinação, destaque para sua convicção rítmica. Cantoras (e cantores também, claro) do rap brasileiro poderiam tranquilamente se inspirar em seu trabalho como forma de evoluir o trabalho.

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