sexta-feira, 15 de setembro de 2023

ACHADOS DA SEMANA: Level 42, Lulu Santos, Fuzzly, Vio-lence, Made In Brazil e Belo

Level 42
Lembro quando conheci o Level 42 após me aventurar a estudar a técnica de slap no baixo. Embora de cara tenha entendido a habilidade absurda do Mark King, achei o som da banda um saco. Ouvindo agora o Running In The Family (1987) eu gostei. É um pop lapidado, cristalino e bem desenvolvido. Tem algo AOR/jazzy/funky. Claro, sua cafonice composicional ainda é perceptível, mas as qualidades hoje prevalecem em minha audição. Entretanto, embora tenha adorado ressignificar a banda, pra quem não conhece, recomendo assistir vídeos deles tocando ao vivo, independente da época. Em cima do palco eles soam mais calorosos. Tecnicamente beira o absurdo.

Lulu Santos
Repassei dois discos do Lulu Santos que até então tinha dado pouca atenção e que, ouvindo agora, talvez seja dos melhores: Popsambalanço e Outras Levadas (1989) e Mondo Cane (1992). O que ele tava tocando guitarra nessa época não é brincadeira. O primeiro tem um tempero de Jorge Ben, enquanto o segundo é bem guitarristico mesmo, com momentos quase hendrixianos. Isso tudo, claro, dentro do contexto pop do Lulu. Ambos otimamente produzidos.

Fuzzly
Live A Flame Of Vulcaine (2006). Foi me apresentado como um dos melhores discos de stoner rock brasileiro. Fui ouvir e é mesmo. Pode ser acusado de ter pouca personalidade, mas neste gênero, se tiver bons riffs, peso, densidade e boas canções, já é o suficiente. Bacana.

Vio-lence
Eternal Nightmare (1988). Clássico subvalorizado do thrash metal. Se não me engano, esse disco revelou o Robb Flynn (posteriormente líder do Machine Head). É uma mistura de Slayer com Anthrax, ou seja, nada mal. Intenso.

Made In Brazil
Confesso que sempre fui detrator do som do Made In Brazil. Respeito a história do grupo e, principalmente, dos irmãos Vecchione, mas acho meio fulero, inclusive o indiscutivelmente clássico álbum de estreia da banda (o da banana). Vale dizer que já assisti inúmeras vezes ao vivo. Dito isso, fui ouvir o Paulicéia Desvairada (1978). Achei dos melhores discos do rock brasileiro. A capa é ótima, tem boas composições (inclusive as baladas, vide “Chuva”), momentos de groove (“Eu Não Sei Se Mudaria”), tremendas baterias (ao que consta, do Franklin Paolillo), ótimos solos de guitarra (de um(a) tal de Naná, que confesso não conhecer), teclados setentistas… uma maravilha. Pessoal do Made, sinceramente, me perdoem qualquer injustiça.

Belo
Por onda, provocação, convicção ou tudo isso junto, o Tonico Manoel comentou dia desses no Instagram que achava o Desafio (2000) do Belo o último grande disco da música brasileira. Fui ouvir. As letras não me chamaram atenção, mas tem lindas melodias e arranjos. No time de músicos, nomes como Prateado, Rick Lobisomem, Torcuato Mariano, Arlindo Cruz, Mauro Diniz e Bira Presidente, além do pessoal do Roupa Nova numa única música. Nada mal. Tendo em vista meu crescente interesse no pagode romântico, o disco desceu redondo.

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