sexta-feira, 29 de setembro de 2023

ACHADOS DA SEMANA: Danilo Caymmi, Miúcha & Tom Jobim, DonaZica, Kreator e Os Cariocas

Danilo Caymmi
Cheiro Verde (1977). O disco foi relançado recentemente pela Três Selos, uma tremenda bola dentro. Não comprei (ainda), afinal, tenho filha e o preço inflacionado dos discos é um empecilho. Porém, o álbum tá no Spotify e não há desculpas para não ouvir. Musicalmente, vale destacar a qualidade do Danilo logo em sua estreia. Há no álbum parceiros como Nelson Angelo e Ronaldo Bastos. Ainda que extremamente arrojado e lírico, vale notar certa “descontração” no clima.

Miúcha & Tom Jobim
Se contrapondo ao hype em cima do Elis & Tom (1974), o Tonico Manoel levantou a bola do Miúcha & Tom Jobim Vol. 1 (1977), para ele, muito melhor resolvido. Não vou dar meu veredito, até porque isso nada importa. O que proponho é que, assim como eu, você também relembre (ou descubra) esse disco do Tom com a Miúcha. O repertório é matador, a liga dos anfitriões é fluida, a instrumentação é elegante e sublime… Resumindo: errado o Tonico não tá. Obs: em tempo, eu também adoro o Elis & Tom.

DonaZica
Projeto lá do começo do milênio, que reunia a Iara Rennó, Anelis Assumpção, Gustavo Ruiz, dentre outros instrumentistas. No som, uma mistura brasileira do tradicional com o contemporâneo. Essa fórmula, vinda de “filhos de artistas”, poderia gerar uma bomba, mas na real o disco Composição (2002) é muito bem executado e bonito, tendo gerado frutos que nutrem até hoje.

Kreator
Já vi algumas vezes pessoas relacionando a sonoridade do Titanomaquia (1993) dos Titãs ao Kreator. A influência do grunge, explicada pelo período e pela produção do Jack Endino, é facilmente reconhecível, mas a do Kreator nunca peguei, também por não conhecer tão bem o trabalho da banda alemã. Pensando nisso fui conferir o Renewal (1992), disco da mesma época. Não é que faz sentido! A produção mais direta, alguns caminhos melódicos dos riffs, certo tipo de cadência… chuto que foi o Charles Gavin que trouxe essa referência pra dentro da banda. Bem legal, inclusive, talvez tenha gostado até mais que do clássico Pleasure To Kill (1986).

Os Cariocas
Grupo fundado ainda na década de 1940, que trazia como integrante principal o Ismael Neto, violonista, arranjador, compositor e cantor majestoso, tristemente falecido em 1956 com apenas 30 anos. Eu, mero ouvinte de rock, vou começar a me policiar ao elogiar abertura de vozes de grupos como Beach Boys e Beatles, após ouvir Os Cariocas. É um absurdo. Os timbres, dicção, interpretação, afinação… é tudo tão perfeito que chego a cogitar que tecnologias de edição e afinação existem há mais tempo (brincadeira, tá!). No repertório inicial, o melhor da bossa nova. Sublime.

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