Peter Brötzmann Octet
Machine Gun (1968). Isso aqui não é para amadores ou mero curiosos. É o free jazz num momento absurdo. Volumoso, ruidoso e dissonante. Isso em performances intensas e orgânicas. Havia no rock do período algo tão extremo e pesado quanto isso? Eu não me lembro. Vanguardista.
Sweet Trip
Esse duo lançou um espetacular disco de retorno há uns 2 anos. Todavia, confesso que não conhecia o trabalho anterior. Cheguei no Velocity : Design : Comfort (2003), um álbum singular, com boas composições e produção melhor ainda, caminhando entre o eletrônico, shoegaze e glitch. Tudo muito bem construído. É explícito o talento da dupla.
Asha Puthli
The Devil Is Loose (1976). Não conhecia a artista (que vale dizer, nasceu na Índia) e nem sei como cheguei a esse disco, só sei que poucos álbuns me soaram tão discretamente singulares. Ao mesmo tempo que ele parece integrado à música pop negra americana (dançante, com alma soul, arranjos irretocáveis), há também uma certa experimentação, que passa tanto pela mixagem quanto pelo uso de alguns elementos eletrônicos. Talvez seja uma antecipação natural do que viria a acontecer na disco music. Tremenda voz, harmonias perfeitas, ótimos músicos envolvidos, orquestrações impressionantes… é uma pérola da canção americana. Ouçam.
Suzanne Vega
Daquelas artistas que sempre ouvi falar e nunca parei pra escutar. Peguei o Solitude Standing (1987), aparentemente seu trabalho mais aclamado. Gostei bastante, não necessariamente por conta dela. Digo isso porque achei sua interpretação o ponto mais morno do disco. Mas as composições são muito boas, com direito até mesmo a harmonias sofisticadas, principalmente dentro de um contexto “pop rock”. A execução dos instrumentistas, assim como os detalhados arranjos, revelam um trabalho feito com atenção da indústria. É muito bem feito.
Chico Buarque
O recém Prêmio Camões entregue ao Chico Buarque me levou a rever alguns de seus discos das últimas três décadas (não são tantos). As Cidades (1998) me pareceu o ponto alto. Lembro quando lançado, de modo que a memória afetiva me toca. Mas os arranjos, a execução, a captação, a interpretação, as letras… tudo é feito com muito esmero. Tem cada melodia lindíssima. A surrealista “Sonhos, Sonhos São” e o impressionismo de “Você, Você” (com Guinga) são destaques.
Mestre Cupijó
Esse artista é um verdadeiro patrimônio da música popular paraense. Ignorante que sou, sequer conhecia, mas peguei um álbum no Spotify pra conferir. É solar, divertido e rico, com direito a ótimo trabalho de sopros. Ao que consta ele é um embaixador do estilo folclórico siriá. Mas, sendo honesto, para mim soou com o bom e velho carimbó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário