Mestre Ambrósio
Quem já ouviu o Liminha falando sobre a produção do primeiro álbum da Nação Zumbi, sabe a dificuldade que ele teve para tirar bons timbres (e captar a “vibração”) daquela banda tão explosiva nos palcos. E olha que ele já era um produtor ultra experiente. O resultado alcançado foi ótimo, claro, mas ouça a estreia do Mestre Ambrósio, lançado em 1996 - ou seja, apenas dois anos após o disco da Nação -, e perceba como é sonoramente ainda melhor resolvido. “Se Zé Limeira Sambasse Maracatu” é uma paulada! Dito isso, vale dizer que a banda como um todo era muito interessante. Musicalmente elaborada, soando com frescor mesmo trazendo referências tradicionais, além dos valiosos textos e da dramaticidade interpretativa. O Siba é muito talentoso.
Lupicínio Rodrigues
Tava pensando no termo “sofrência”, muito atribuído a Marília Mendonça (R.I.P), mas que musicalmente pode ter sua origem em artistas como Lupicínio Rodrigues, um compositor espetacular, que sabia criar poesias em cima de seus relacionamentos fracassados e dores da alma. Fora que ele era um cantor bem acima da média. É uma beleza. Lembrando que o Arrigo Barnabé chegou a visitar seu repertório pouco tempo atrás.
Fear Factory
Demanufacture (1995). Mais um daqueles discos “para nunca ouvir em casa, mas que funcionam em corridas noturnas”. Hoje pode até parecer bobinho, mas esses timbres e riffs do Dino Cazares eram das coisas mais pesadas na época. Guitarra de 7 cordas comem solta. As composições nem são grande coisa, chegando a deslizar nas partes mais melódicas, mas os momentos mais “pauladas” são legais.
Patti Smith
Só mais uma coisinha. Tenho repassado a discografia da Patti Smith e cheguei numa impressionante constatação: ela não tem disco ruim! Sério, vale maratonar. Nem são muitos. Todos sabem que ela é uma excepcional letrista, mas saltou aos meus ouvidos a qualidade da sua banda e sua convicção vocal. Destaques atuais: Radio Ethiopia (1976), Easter (1978), Wave (1979), Gone Again (1996) e Banga (2012).
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