Assisti recentemente a quarta temporada da ótima série Hip-Hop Evolution. Com isso, fui despertado para alguns discos:
JUVENILE
Até então na conhecia o subgênero do rap chamado bounce music, que nada mais é que o hip hop voltando seus olhares para house music. Ambos são urbanos, dançante, negros e eletrônicos, logo, o encontro é mais natural do que parece. O bounce é som para chacoalhar a bunda. É uma sonoridade bem típica de New Orleans. O estilo fez muito sucesso com o Juvenile, anteriormente integrante do Hot Boys. Embora não seja exatamente a minha onda, achei o álbum 400 Degrezz (1998) divertido.
LIL JON & THE EAST SIDE BOYZ
Nesta mesma praia de subgêneros sacanas e sulistas do hip hop, temos o explosivo crunk, vertente que ganhou as massas (ao menos nos EUA) via o Lil Jon. Mais uma vez o flerte com a música eletrônica se faz presente, principalmente nos timbres de sintetizadores. O resultado são faixas catárticas, cantados com uma empolgação gritante. Recomendo o disco Kings Of Crunk (2002).
DJ SCREW
Eu, inocentemente, pensava que essa onda de misturar remédios, xarope para tosse e refrigerante fosse uma tendência recente entre a galera do trap. Mas em Houston essa combinação já rolava desde meados da década de 1990. Só que aqui o efeito da droga, que deixa o usuário "lento", se traduz melhor no som. Dito isso, não posso dizer que as produções do DJ Screw soam "fáceis". É um mundo bem particular, algo comparável ao dub jamaicano. Manipulando a rotação das gravações, o resultado torna-se cáustico, mórbido e estranho. Ouçam a mixtape 3 N The Mornin' Part Two (1996) e tirem suas próprias conclusões.
T.I.
Falando em trap, fazia tempo que estava para ouvir o disco Trap Muzik (2004) do T.I.. Finalmente rolou. Achei bem bom. É curioso ver como alguns beats que hoje são tendências, surgem aqui ainda em desenvolvimento. Por outro lado, liricamente é muito mais desenvolvido, com traços rap noventista. O prolifero hip hop de Atlanta tem neste trabalho um marco.
CLIPSE
É óbvio que eu sei que o The Neptunes é gigante. Pharrell Williams e Chad Hugo definitivamente mudaram a cara do hip hop. Entretanto, confesso que não tinha dado ainda a devida atenção ao disco Hell Hath No Fury (2006) do Clipse, um marco na carreira dos dois produtores, mas também de um jovem rapper do duo, um tal de Pusha T.. Há uma sequência inspirada, cativante, pulsante e glamorosa de beats e rimas. Clássico.
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