sexta-feira, 31 de julho de 2020

ACHADOS DA SEMANA: Ali Farka Touré, Di Melo, Hum, Royal Trux, Vandenberg, Manic Street Preachers, The Mountain Goats, Fat Boys e Marillion

Fiquei algumas semanas fora por conta do nascimento da minha filha, mas consegui arrumar um tempinho para relembrar algumas audições que fiz durante esse tempo.

ALI FARKA TOURÉ
Assisti recentemente o espetacular documentário They Will Have To Kill Us First, que mostra a efervescente cena atual da música do Mali, de nomes como Songhoy Blues. Embora o país tenha tido a sua música proibida, é espantoso o quão isso gerou bons frutos artistícos. Dito isso, me deu vontade de relembrar o trabalho do Ali Farka Touré, um dos grandes heróis do Mali. O álbum Savane (2006) foi muitíssimo celebrado quando lançado. Sua parceria com o Ry Cooder também merece atenção especial. É transcedental.

DI MELO
Embora conheça o hype envolto o nome do Di Melo, até então não tinha parado pra ouvir seu cultuado disco homônimo lançado em 1975. E não é que é um espetáculo mesmo! As composições são ótimas, ele é carismático nas interpretações e, o principal, tem execução primorosa de instrumentistas do porte de Hermeto Pascoal, Heraldo do Monte e Cláudio Beltrame. É o soul brasileiro em um de seus melhores momentos.

HUM
A volta do Hum foi bastante comentada esse mês, o que me causou certa vergonha, porque sequer conhecia o grupo. Ouvi o disco Downward Is Heavenward (1998) e gostei parcialmente. Tem um peso bem interessante para época, ótimos riffs e climas densos dentro de uma atmosfera palatável, parecendo um post-grunge com hard moderno e shoegaze. É curioso como tem traços do que duas bandas fizeram posteriormente, sendo que uma adoro e outra detesto: Deftones e Creed. Resumindo, não é nada brilhante, mas vale conhecer.

ROYAL TRUX
Accelerator (1998), ótimo disco do Royal Trux. Acho legal como a banda pega alguns clichês do rock e traz enorme personalidade devido a produção/interpretação toscamente encantadora. É criativo e tem energia. Bem legal.

VANDENBERG
A fase do Whitesnake com o Adrian Vandenberg nunca chamou minha atenção. Entretanto, fiquei sabendo desse grupo dele pré-"Coverdale band" e decidi ouvir a estreia lançada em 1982. É um hard heavy que, por mais que não faça a minha cabeça, é bom dentro da proposta. O vocalista é fraquinho, mas tem ótimas passagens de guitarra (bem influenciado pelo Ritchie Blackmore, diga-se de passagem). Ao que consta a banda voltou recentemente após décadas paradas, mais aí é revisionismo demais pra mim.

MANIC STREET PREACHERS
Não havia até então me atentado ao disco Journal For Plague Lovers (2009) do Manic Street Preachers. O álbum recupera algumas letras do Richey Edwards. Há também a produção especialmente orgânica do Steve Albini. Curioso que, por mais que o álbum se enquadre no tópico rock alternativo/britpop comum ao grupo, há alguns elementos que me soam como os rumos que o hard rock deveria ter tomado. Bem legal.

THE MOUNTAIN GOATS
Tenho uma certa queda por "discos bíblicos" lançados por artistas "seculares". Sendo o John Darnielle o ótimo compositor que é, The Life Of The World To Come (2009) é um destaque neste sentido. Tem algo de Nick Cave ali. Tudo dentro de uma estética crua de folk rock alternativo.

FAT BOYS
Vi por acaso um episódio do Todo Mundo Odeia o Chris onde ele aponta a influência do Fat Boys dentro do hip hop oitentista, inclusive ao explorar a arte do beatbox. Com isso, peguei o debut deles para conferir. É bem bacana, não somente pelo recurso rítmico vocal, mas pelos beats crus e a interação dos MC's.

MARILLION
Agora que me tornei pai me dou o direito de assumir gostar do "progressivo decadente" do Marillion. Ao menos na fase com o Fish, o maior imitador do Peter Gabriel. Misplaced Childhood (1985) é um clássico. Meio cafona, pasteurizado e ultra polido? Sim, mas as composições são boas.

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