Dito isso, no clima de quarentena, resolvi traçar uma linha evolutiva do estilo em território nacional. Longe de ser o senhor da razão, fui lincando conforme lembrava.
Vale dizer que o Lucas Silveira (Fresno) disponibilizou uma playlist no Spotify com a mesma proposta. Entre algumas porcarias (B5, Restart, Cine, Fake Number) e bandas que não consigo visualizar no gênero (Supercombo, Terno Rei), eu me atentei a quatro faixas bem interessantes, aqui citadas no fim da lista.
Meu critério foi simples: as faixas tinham que ser legais e emo. Não necessariamente a banda (legal e emo), mas a música. Vale lembrar que o emo vai estilisticamente do Rites Of Spring ao My Chemical Romance, ou seja, as opções sonoras são variadas.
Dito tudo isso, vamos a lista!
Ratos de Porão - Sofrer
Já começo com uma heresia. É óbvio que o Ratos de Porão não é um grupo emo, mas essa faixa especifica sempre me chamou atenção por abordar o sofrimento de forma bastante pessoal (ainda que xucro). Fora que ela tem uma estrutura mais "pop" e melódica se comparada ao repertório do grupo. Não por acaso é fácil encontrar o Ratos executando a música em programas de TV da época. Dito isso, não chega a ser o "real emo", mas a música tem sim algumas características do estilo.
Pelvs - Ior
Com o desabrochar do rock alternativo brasileiro através das chamadas guitar bands, chegou ao país o shoegaze, grunge e também o emo, vide a tristeza barulhenta dos cariocas do Pelvs.
Com o desabrochar do rock alternativo brasileiro através das chamadas guitar bands, chegou ao país o shoegaze, grunge e também o emo, vide a tristeza barulhenta dos cariocas do Pelvs.
Pinheads - Friendly Song
Banda de punk rock curitibana que ajudou na movimentação de um novo cenário alternativo que desencadeou o emocore, ainda que não fosse necessariamente essa a intenção.
Gritando HC - Quero Ser Punk Com Você
Não me entenda mal, mas se uma banda como o Gritando HC, que resgata a crueza do punk nacional oitentista, se permitia fazer canções como essa, é porque as portas já estavam abertas para o emo.
Não me entenda mal, mas se uma banda como o Gritando HC, que resgata a crueza do punk nacional oitentista, se permitia fazer canções como essa, é porque as portas já estavam abertas para o emo.
Raimundos - Aquela
Essa música - originalmente do Little Quail -, não é emo, mas se revelou via os Raimundos uma solução bastante melódica para o rock via uma das bandas que mais influenciaram o cenário brasileiro posterior. É um pop punk bobinho, jovem e palatável.
Pato Fu - Nunca Diga
Embora jogados no balaio do pop rock, o Pato Fu tem canções que apontam para shoegaze, dream pop, trip hop e... emo. A levada pop punk com a voz delicada da Fernanda Takai tem muito do emo, ainda que provavelmente eles apenas quisessem emular o clima da Jovem Guarda com timbres atualizados. O fato da composição ser do Frank Jorge confirma a tese.
Los Hermanos - Aline
Me espanta como os fãs do Los Hermanos têm dificuldade em associar o grupo ao emo. O primeiro disco deles é um clássico do estilo em território nacional, inclusive aplicando uma bem vinda pitada de ska que tanto influenciaria bandas como Forfun (embora essa nada exitosa). Do lirismo dramático ao ritmo de hardcore, só não vê quem não quer.
Hateen - Danger Drive
Embora ainda em inglês, aqui o estilo começa a tomar a forma que chegou ao grande público. Vale dizer que se o Rodrigo Koala têm composições pavorosas (vide "1997" e "Quem Já Perdeu Um Sonho Aqui?"), têm também outras bem legais, vide "Danger Drive". Ótimo refrão!
Dance Of Days - Se Essas Paredes Falassem
Claro, a execução é tosquicima, mas é tão genuíno que eu acho legal. Interpretação eufórica do Nenê Altro, letra poderosa, gravação nada polida... há uma urgência especial.
Polara - Duas e Meia
Embora a gravação seja bem tosca, sempre me chamou a atenção a criatividade e qualidade da execução do Polara. Só depois fui saber que na formação tinha o Rafael Crespo (Planet Hemp), Carlinhos (Againe), Sato (Mickey Junkies) e o Daniel Ganjaman. Ou seja, era uma puta banda explorando uma estética ainda nova no Brasil.
Hurtmold - Dois Pés e Ingrato
Hoje o Hurtmold é mais lembrado pelo seu som instrumental que combina jazz, música brasileira e post-rock. Entretanto, no começo o grupo tinha muito de emo (torto, mas emo). E para ser honesto, é a fase que mais gosto de ouvir.
Dead Fish - Revólver
A linha que separa o hardcore melódico do emocore as vezes é tênue. No álbum Afasia (2001), muito por conta das letras mais confessionais do Rodrigo, o Dead Fish ficou no fogo cruzado dos estilos.
Pato Fu - Nunca Diga
Embora jogados no balaio do pop rock, o Pato Fu tem canções que apontam para shoegaze, dream pop, trip hop e... emo. A levada pop punk com a voz delicada da Fernanda Takai tem muito do emo, ainda que provavelmente eles apenas quisessem emular o clima da Jovem Guarda com timbres atualizados. O fato da composição ser do Frank Jorge confirma a tese.
Los Hermanos - Aline
Me espanta como os fãs do Los Hermanos têm dificuldade em associar o grupo ao emo. O primeiro disco deles é um clássico do estilo em território nacional, inclusive aplicando uma bem vinda pitada de ska que tanto influenciaria bandas como Forfun (embora essa nada exitosa). Do lirismo dramático ao ritmo de hardcore, só não vê quem não quer.
Hateen - Danger Drive
Embora ainda em inglês, aqui o estilo começa a tomar a forma que chegou ao grande público. Vale dizer que se o Rodrigo Koala têm composições pavorosas (vide "1997" e "Quem Já Perdeu Um Sonho Aqui?"), têm também outras bem legais, vide "Danger Drive". Ótimo refrão!
Dance Of Days - Se Essas Paredes Falassem
Claro, a execução é tosquicima, mas é tão genuíno que eu acho legal. Interpretação eufórica do Nenê Altro, letra poderosa, gravação nada polida... há uma urgência especial.
Polara - Duas e Meia
Embora a gravação seja bem tosca, sempre me chamou a atenção a criatividade e qualidade da execução do Polara. Só depois fui saber que na formação tinha o Rafael Crespo (Planet Hemp), Carlinhos (Againe), Sato (Mickey Junkies) e o Daniel Ganjaman. Ou seja, era uma puta banda explorando uma estética ainda nova no Brasil.
Hurtmold - Dois Pés e Ingrato
Hoje o Hurtmold é mais lembrado pelo seu som instrumental que combina jazz, música brasileira e post-rock. Entretanto, no começo o grupo tinha muito de emo (torto, mas emo). E para ser honesto, é a fase que mais gosto de ouvir.
Dead Fish - Revólver
A linha que separa o hardcore melódico do emocore as vezes é tênue. No álbum Afasia (2001), muito por conta das letras mais confessionais do Rodrigo, o Dead Fish ficou no fogo cruzado dos estilos.
Noção de Nada - Restos Seus
Ótimo grupo carioca. Mesmo a gravação sendo tosca, o disco Manifesto Líricos (1999) revela consistência composicional. Vale lembrar que o Gabriel Zander, personagem atuante do cenário alternativo brasileiro, fazia parte da banda.
CPM 22 - Anteontem
Os integrantes podem negar o quanto quiser - uma bobagem, diga-se de passagem -, mas o grupo ajudou muito na consolidação do gênero no país. Essa música especifica é bacana.
Sugar Kane - Estou Cansado
Ótima banda, embora nem sempre lembrada. Por serem prolíferos, é também irregular, mas quando acertam é bem legal. O Capilé é um cara muito talentoso e incansável.
Garage Fuzz - Engines And Tools
Boa banda jogada no balaio do emo, embora esteja mais próxima do hardcore melódico. Mas tudo bem, funciona também.
Ótimo grupo carioca. Mesmo a gravação sendo tosca, o disco Manifesto Líricos (1999) revela consistência composicional. Vale lembrar que o Gabriel Zander, personagem atuante do cenário alternativo brasileiro, fazia parte da banda.
CPM 22 - Anteontem
Os integrantes podem negar o quanto quiser - uma bobagem, diga-se de passagem -, mas o grupo ajudou muito na consolidação do gênero no país. Essa música especifica é bacana.
Sugar Kane - Estou Cansado
Ótima banda, embora nem sempre lembrada. Por serem prolíferos, é também irregular, mas quando acertam é bem legal. O Capilé é um cara muito talentoso e incansável.
Garage Fuzz - Engines And Tools
Boa banda jogada no balaio do emo, embora esteja mais próxima do hardcore melódico. Mas tudo bem, funciona também.
Carbona - Meu Primeiro All-Star
Diretamente do Rio de Janeiro, uma banda de punk rock a alegria jovial tão representativa na virada do milênio. O Melvin fazia parte da banda.
Violins - II Maledito
Essa interpretação "respirada", a melodia, o refrão... eles não me enganam. A banda pode até ser de rock alternativo, mas tem muito do emo ali.
Cascadura - O Centro do Universo
Definitivamente o Cascadura não é uma banda emo. Até porque tem mais de rock n' roll do que hardcore no som do grupo. Mas algumas canções especificas mais "diretas" combinadas com as letras sentimentais do Fábio Cascadura cabem muito bem numa playlist do estilo.
Ludovic - Nas Suas Palavras
Já faz alguns anos que o álbum Idioma Morto (2006) se tornou um dos meus prediletos desta geração. Tem muito do "lado emo" do Hurtmold nas composições. As letras são melancólicas, honestas e muito bem escritas.
Fresno - Cada Poça Dessa Rua Tem Um Pouco de Minhas Lágrimas
Eis aqui o começo do emo que foi avacalhado. E ok, as vezes as interpretações são dramáticas demais, o repertório é irregular, a produção é por vezes pasteurizada... mas tem seus acertos no meio dessa bagunça. Essa música é um perfeito emozão.
Aditive - Crescer e Aceitar
Banda bastante rodada do cenario alternativo e que, apesar de não ser grande coisa, ajudou a movimentar a cena.
Granada - Amor & Ódio
Com um peso extra nos timbres e na execução, a banda tinha uma consistência sonora distante da pasteurização da época, embora as composições não fossem tão bem desenvolvidas.
Cascadura - O Centro do Universo
Definitivamente o Cascadura não é uma banda emo. Até porque tem mais de rock n' roll do que hardcore no som do grupo. Mas algumas canções especificas mais "diretas" combinadas com as letras sentimentais do Fábio Cascadura cabem muito bem numa playlist do estilo.
Ludovic - Nas Suas Palavras
Já faz alguns anos que o álbum Idioma Morto (2006) se tornou um dos meus prediletos desta geração. Tem muito do "lado emo" do Hurtmold nas composições. As letras são melancólicas, honestas e muito bem escritas.
Fresno - Cada Poça Dessa Rua Tem Um Pouco de Minhas Lágrimas
Eis aqui o começo do emo que foi avacalhado. E ok, as vezes as interpretações são dramáticas demais, o repertório é irregular, a produção é por vezes pasteurizada... mas tem seus acertos no meio dessa bagunça. Essa música é um perfeito emozão.
NX Zero - Apenas Um Olhar
No auge do sucesso a banda deu uma pasteurizada que não me agrada em nada, mas no inicio há uma tosquice adolescente aproveitável.
Rancore - Quarto Escuro
Mais uma daquelas bandas subestimadas. Eles tem bons discos ainda hoje pouco lembrados.
Gloria - Asas Fracas
É bem tosca essa influência de metalcore, mas na época eu escutei um pouco (cheguei a comprar o CD por R$3 num bacião de mercado), então veio parar aqui por memória afetiva. Não era das piores, vai!
No auge do sucesso a banda deu uma pasteurizada que não me agrada em nada, mas no inicio há uma tosquice adolescente aproveitável.
Rancore - Quarto Escuro
Mais uma daquelas bandas subestimadas. Eles tem bons discos ainda hoje pouco lembrados.
Gloria - Asas Fracas
É bem tosca essa influência de metalcore, mas na época eu escutei um pouco (cheguei a comprar o CD por R$3 num bacião de mercado), então veio parar aqui por memória afetiva. Não era das piores, vai!
Zander - Senso
Banda do Gabriel Zander pós Noção de Nada. Além de bem gravado, suas composições valorizam a melodia. É bacana.
Scalene - Terra
Não é bem emo, mas no liquidificador de rock alternativo do grupo, há pitadas do gênero em algumas composições. Tudo muito bem produzido e interpretado.
Lupe de Lupe - O Arrependimento
A melhor banda do rock brasileiro dos últimos 10 anos (!!!) não tem medo de manifestar influências variadas, inclusive do emo. Adoro essa música!
Gorduratrans - Você Não Sabe Quantas Horas Eu Passei Olhando Pra Você
O nome já diz tudo. Gosto como a temática desoladora acompanha o instrumental denso.
eliminadorzinho - Nada Mais Restará
Eu cheguei a pensar que o tal "rock triste" ia trazer o emo de volta aos holofotes, mas não rolou. Ao menos no submundo no rock tem uma molecada que se entusiasmou. Já valeu.
Amandinho - Bruxismo
Jovem e descompromissado, beirando a palhaçada. No entanto, essa combinação gerou composições bem divertidas e criativas dentro de sua tosquice.
Nvblado - Morada
O lado mais hermético, viajandão e experimental do emo. Tem muito de post-rock e screamo.
Não Ao Futebol Moderno - Quase Jr.
Não é bem emo. Tá mais para o shoegaze e pós-punk. Mas lá no fundo, o gênero em questão se manifesta na raiz das composições.
Raça - Saúde
Meio pop rock, meio math, meio emo.
menores atos - Lapso
O gênero voltou a ser comentado no Brasil muito por conta do menores atos, que embora possa ser simplesmente jogada no balaio do rock alternativo e hardcore, tem suas composições calcadas no emo. É o gênero em constante mutação e evolução sonora.
Bullet Bane - Gangorra
O mesmo que disse sobre o menores atos cabe aqui.
Pense - Utopia
O mesmo que disse sobre o menores atos cabe aqui. [2]
R.Sigma - O Mito do Insubstituível
Aqui começa a músicas que descobri na playlist do Lucas Silveira. Embora bastante polida e pop, a faixa apresenta um cuidado de arranjo e composição bem evidente. Interessante.
Skore - Aline
O que disse para o R.Sigma não cabe aqui, sendo a abordagem agora muito mais juvenil. Mas é tão dramático que tem seu "carisma".
Debate - Zé Rico
Para mim isso tem pouquíssimo de emo (talvez um pouco daquela praia mais math rock do estilo), mas como nunca ouvi falar vou acompanhar o raciocínio do Lucas. Mas o que importa é que é muito legal! Torto e urgente. Excelentes guitarras.
El Toro Fuerte - Aniversários São Difíceis
Nem acho essa banda grande coisa, mas simpatizei com essa música.
Não é bem emo, mas no liquidificador de rock alternativo do grupo, há pitadas do gênero em algumas composições. Tudo muito bem produzido e interpretado.
Lupe de Lupe - O Arrependimento
A melhor banda do rock brasileiro dos últimos 10 anos (!!!) não tem medo de manifestar influências variadas, inclusive do emo. Adoro essa música!
Gorduratrans - Você Não Sabe Quantas Horas Eu Passei Olhando Pra Você
O nome já diz tudo. Gosto como a temática desoladora acompanha o instrumental denso.
eliminadorzinho - Nada Mais Restará
Eu cheguei a pensar que o tal "rock triste" ia trazer o emo de volta aos holofotes, mas não rolou. Ao menos no submundo no rock tem uma molecada que se entusiasmou. Já valeu.
Amandinho - Bruxismo
Jovem e descompromissado, beirando a palhaçada. No entanto, essa combinação gerou composições bem divertidas e criativas dentro de sua tosquice.
Nvblado - Morada
O lado mais hermético, viajandão e experimental do emo. Tem muito de post-rock e screamo.
Não Ao Futebol Moderno - Quase Jr.
Não é bem emo. Tá mais para o shoegaze e pós-punk. Mas lá no fundo, o gênero em questão se manifesta na raiz das composições.
Raça - Saúde
Meio pop rock, meio math, meio emo.
menores atos - Lapso
O gênero voltou a ser comentado no Brasil muito por conta do menores atos, que embora possa ser simplesmente jogada no balaio do rock alternativo e hardcore, tem suas composições calcadas no emo. É o gênero em constante mutação e evolução sonora.
Bullet Bane - Gangorra
O mesmo que disse sobre o menores atos cabe aqui.
Pense - Utopia
O mesmo que disse sobre o menores atos cabe aqui. [2]
R.Sigma - O Mito do Insubstituível
Aqui começa a músicas que descobri na playlist do Lucas Silveira. Embora bastante polida e pop, a faixa apresenta um cuidado de arranjo e composição bem evidente. Interessante.
Skore - Aline
O que disse para o R.Sigma não cabe aqui, sendo a abordagem agora muito mais juvenil. Mas é tão dramático que tem seu "carisma".
Debate - Zé Rico
Para mim isso tem pouquíssimo de emo (talvez um pouco daquela praia mais math rock do estilo), mas como nunca ouvi falar vou acompanhar o raciocínio do Lucas. Mas o que importa é que é muito legal! Torto e urgente. Excelentes guitarras.
El Toro Fuerte - Aniversários São Difíceis
Nem acho essa banda grande coisa, mas simpatizei com essa música.
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