quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Minhas músicas prediletas da Taylor Swift

Tem algo que, parte por genuíno apreço, parte por querer forjar uma persona, tomei para mim como verdade: gostar da Taylor Swift. Não que eu ache ela genial, mas dentro do pop contemporâneo, tenho uma predileção por suas músicas.

Subjetivamente, acho divertido, bobo (no bom sentido, sem aquele ar superficialmente panfletário do pop atual), cativante, ganchudo e eleva meu astral. Tecnicamente considero bem produzido e interpretado. Mesmo as composições são bem escritas, abordando um aspecto confessional interessante. Claro, isso não vale para todo o repertório da cantora, mas consigo selecionar diversas canções com tais características. Fora que ela é linda, simpática, bem relacionada e exala segurança no que está fazendo. Isso tudo fica notório no evoluir de sua discografia.

Todavia, muitos amigos acham que "gosto" da Taylor só por piada. É curioso como gostar da Rihanna é ok e da Taylor Swift é absurdo. Admito novamente que abracei esse "gosto peculiar" para construir uma narrativa, mas é falso pensar que não é legitimo.

Ontem, após a confirmação do show da Taylor no Brasil, minha irmã me interrogou se vou no show ou se "minha máscara ia finalmente cair". Respondi que não vou no show. Sequer cogitei. O preço do ingresso vai ser um paulada, a procura vai ser doentia (prevejo que esgota na primeira hora) e não sou entusiasta de shows em estádio. Não é para mim. Iria pagando R$120 no Espaço das Américas (nada mais fora da realidade). R$480 (palpite) num Allianz Parque não rola. Mas mesmo assim fiz uma playlist com minhas músicas prediletas da cantora e mandei para minha irmã. Feita a seleção, compartilhar aqui no blog pareceu um passo óbvio.

Adendo: Você não gosta Taylor Swift, seu lance é Patti Smith? Tudo bem, bola frente. Cada um com o gosto que lhe convém. Mas se está interessado em conhecer esse fenômeno pop com milhões de fãs e dois Grammys de melhor disco do ano na bagagem - merecido ou não, isso não importa -, aqui está mais uma oportunidade.

Então vamos lá, minhas músicas prediletas da Taylor. Nada de pódio ou beijo de namorada, está em ordem de lançamento. Lista óbvia, sem grande ponto fora da curva. Nenhuma faixa dos seus três primeiros discos (aquele pop country não é para mim).


State Of Grace
Música que abre o Red (2012), o primeiro álbum da Taylor a fazer uma guinada mais direta ao pop em detrimento da música country. Essa canção tem muito do rock alternativo da época, principalmente no que diz respeito as guitarras à la The Edge herdadas pelo Coldplay. Gosto da sonoridade orgânica da bateria, rara numa época em que o pop contemporâneo apostava em beats eletrônicos. Uma faixa leve, apaixonada e com um arranjo crescente que corresponde ao estado de graça do tema.

All To Well
Embora com muitos ecos do pop country, mais uma vez aquela atmosfera de "rock de arena" do U2 se faz valer no crescer do arranjo. Gosto da interpretação da Taylor e da melodia. Uma balada pop de texto melancólico bem juvenil. Nada de errado com isso, ainda mais quando transmite sinceridade. Beira o confessional.

I Knew You Were Trouble
O típico pop bobinho que gosto sem precisar justificar. Apenas acho os ganchos melódicos e o beat cativante. Inegavelmente o Max Martin sabe fazer isso.

22
Tudo que disse acima, vale também aqui. Só que aqui a interpretação da Taylor é ainda mais debochada (uma coisa meio "seriado juvenil americano"). Interessante como a marcação de bumbo fica entre a EDM mais descartável e a música country tradicional. O refrão soa como tudo que a Avril Lavigne sempre quis fazer e nunca conseguiu. Não dá para levar muito a sério, mas é bem legal.

Blank Space
Aqui surge a Taylor imponente. No clipe ela está tão histérica quanto charmosa. O mesmo vale para sua interpretação na música. A produção pulsante aposta em timbres mais sintéticos, com direito a um baixo grave/dark no refrão. As dobras vocais, a produção reverberosa e a dramaticidade da Taylor são exemplos dentro da linguagem pop. Mais uma vez ótimos ganchos melódicos.

Out Of The Woods
Nessa música vale reparar como timbres oitentistas aplicados numa mixagem contemporânea soam estrondosos. Gosto muito da produção. Pagaria pra ouvir a opinião do Trent Reznor. O refrão é cativante também.

Shake It Off
De cara um batida bem legal, com um timbre de bateria orgânico que parece se espalhar pela sala de gravação. Dá até para ouvir o som da pele frouxa reverberando. Todavia, pode ser tudo "de mentira" (a tecnologia no áudio também está aí para enganar o ouvinte). E o que dizer desse timbre de "sax esganiçado"? Acho bem legal. A letra é bestinha, mas a maneira solar com que a Taylor canta é simpática. Pensando tecnicamente, observe as dobras vocais e a interpretação cheia de detalhes de arranjo.

I Wish You Would
Aquele BPM de EDM padrão dá música pop atual deságua num refrão bem legal. O "flow" lembra um pouco as músicas do trio Haim (amigas Taylor, interação possível). Gosto da produção.

Bad Blood
Produção tão simples quanto intoxicante, pré-refrão poderoso e refrão potente. É o suficiente. Tem a versão com participação do Kendrick Lamar, o que sem dúvida agrega valor a faixa.

...Ready For It?
Se por um lado o flow meio "sou poderosa e sexy" da Taylor é risível, acho interessante o beat corrosivo com timbres ora trap, ora de dubstep.

Getaway Car
Uma das poucas faixas a se salvar no álbum reputation (2017). Bons ganchos e timbres grandiosos dominam a canção. Bem synthpop.

I Forgot That You Existed
Após fracassar ao tentar se auto afirmar a "indestrutível perante ataques de todos os lados" (menos, né!), Taylor volta com suas músicas bobinhas que funcionam maravilhosamente bem. E olha que aqui há um lado confessional interessante. Há também um tempero da América Central, mas sem forçar a barra.

Cruel Summer
Faixa em parceria do Jack Antonoff e da St. Vincent. Adoro o flow do verso e os timbres do instrumental (com direito a vocoders à la Daft Punk). A ponte e o refrão ganchudos formam uma perfeita explosão pop. Legal demais.

Lover
Estaria Taylor voltando para a música country? Essa música tem muito do gênero, mas também uma parte C bem beatlemaniaca. Refrão ganchudo, boa melodia, tremendo som de bateria... tudo funciona demais.

Miss Americana & The Heartbreaker Prince
Sem muita explicação, apenas fui atraído pela melodia (principalmente no refrão). Lembra até um pouco a Lana Del Rey. A produção reverborsa também é bem legal.

You Need To Calm Down
Um perfeito synthpop contemporâneo. Mais uma vez: gosto dos timbres e acho que tem bons ganchos melódicos. A música foi abraçada pelos gays, o que também é muito legal.

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