sexta-feira, 31 de agosto de 2018

TEM QUE OUVIR: Jane's Addiction - Nothing's Shocking (1988)

Los Angeles era uma ótimo ambiente para se ter uma banda na década de 1980. Lá estavam os grupos de hard rock, as gravadoras, o dinheiro, o sexo e as drogas. Com shows conceituados na região, não demorou para o assédio da indústria musical chegar ao Jane's Addiction. Todavia, inicialmente a banda desprezou as grandes gravadoras e assinou contrato com o pequeno selo Triple XXX. O burburinho em torno do grupo só cresceu, levando-os a se renderem a Warner, onde lançaram o prestigiado Nothing's Shocking (1988).


Na linha de frente do grupo estavam os porraloucas lascivos do Perry Farrell (voz) e Dave Navarro (guitarra). A cozinha formada por Eric Avery (baixo) e Stephen Perkins (bateria) também merece destaque, sendo uma das mais azeitadas e criativas do período.

"Up The Beach" abre o álbum de forma explosiva, trazendo uma mantra psicodélico que desencadeia em "Ocean Size", um hard rock de sonoridade grandiosa.

Há um balanço funkeado em "Had A Dad" que mais tarde tornou-se tendência no rock mainstream. Em "Idiot Rule" até um arranjo de metais dá as caras. Por outro lado, "Ted, Just Admit It..." experimenta em cima de um dub paranóico que se desenvolve para o heavy metal, com direito a final delirante e espetacular. 

Viagens psicodélicas se manifestam em "Summertime Rolls", onde o vocal anasalado de Farrell se mostra poderoso. Já o Navarro debulha seu instrumento em "Standing In The Shower... Thinking", tecnicamente não fazendo feio frente aos shreds tão em voga na época.

O disco ainda guarda nas mangas os sucessos "Mountain Song" (um hard rock energético) e "Jany Says" (uma balada junkie). "Pigs In Zen" fecha o álbum em alto e bom esporro grooveado.

Clássico do período, que sinalizou para o que estava acontecendo no cenário alternativo. O público logo se identificou.

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