Foi então que após o subestimado Soft Parade (1969), o grupo colocou a bola no chão e deu uma guinada bluseira ao seu som, voltando a soar relevante perante mídia e público. As características já estavam em Morrison Hotel (1970), mas L.A. Woman (1971) foi o aperfeiçoamento dessa nova fase da banda.
Sendo um cruzamento do Love com o Velvet Underground, o álbum soa lisérgico e perigoso. A começar pela grooveada "The Changeling", guiada pela órgão borbulhante do Ray Manzarek, temperado por um solo interessante do subestimado Robby Krieger e com berros graves/ébrios do Morrison. A gravação parece bastante espontânea.
Envolto a porralouquice do seu líder, o grupo soa divertido e bem humorado, principalmente em "Love Her Madly". Já a balada "Hyacinth House" chega a ter certa doçura.
O blues fala alto na pedrada "Been Down So Long", na embriagada "Cars Hiss By My Window", na sexual "Crawling King Snake" e na misteriosa "L'America", essa última dona de ótimo riff.
Mas os clássicos do álbum são mesmo "L.A. Woman", um épico estradeiro de momentos delirantes; e "Riders On The Storm", faixa climática conduzida pelo baixo do Jerry Scheff, a bateria pontual do John Densmore e o órgão característico de Manzarek.
Barbudo, gordo, bêbado e aparentando 50 anos embora tivesse apenas 27, Jim Morrison morreu três meses após o lançamento do disco. Embora os três sobreviventes tenham lançado outros trabalhos, L.A. Woman é a verdadeira saída de cena de uma banda histórica.
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