quinta-feira, 13 de abril de 2017

Achados do livro "Discoteca Básica"

Tempos atrás comprei o livro "Discoteca Básica - 100 Personalidades e Seus 10 Discos Favoritos" (Zé Antonio Algodoal). Era pra ser apenas um livro de mesa, pra virar página e, quem sabe, engatilhar uma conversa com os amigos. Todavia, bitolado que sou, desembestei a ler e caçar os discos que mais me pareciam interessantes. Aqui vai um curto relato da minha visão sobre os tais álbuns, ignorando a opinião de quem os citou.

Obs: Mais pra frente, só por onda, farei um post com os meus 10 discos favoritos.

- Anberlin: Cities
Uma explosão emo-crente. O instrumental é bacana, mas quando o vocal desembesta a resmungar eu não aguento não.

- Antipop Consortium: Tragic Epilogue
Hip Hop de produção consistente e, de certa forma, claustrofóbica. Pesado e de flow espertíssimo. Discão!

- Bruckner Symphony 8 In C Minor Berliner Philharmoniker, Nikolaus Harnoncourt
Isso daqui é muito mais rico e intenso do que uma simples audição permite capturar. Vou deixar só como registro.

- Buffalo Tom: Let Me Come Over
O inicio da década de 1990 e suas maravilhas. Uma mistura de Dinosaur Jr. com R.E.M.. Isso não é pouca coisa.

- Clara Nunes: Canto das Três Raças
Nunca tinha parado para ouvir um disco da Clara Nunes. Ela é inquestionavelmente uma ótima cantora e aqui aparece interpretando um repertório excelente. Todavia, ainda que seja uma boa pedida, não faz minha cabeça.

- Cluster: Curiosum
Disco bem experimental do krautrock. Os ritmos minimalistas e repetitivos quando ouvidos com atenção nos leva a uma abstração quase religiosa. Delirante.

- CocoRosie: Noah's Ark
Nem achei tão legal assim, mas a música "Bear Hides And Buffalo" é demais.

- Copeland: Beneath Medicine Tree
Emozão até que bonito, mas excessivamente frouxo. Tenho bode. [1]

- Dashboard Confessional: The Places You Have Come To Fear The Most
Emozão até que bonito, mas excessivamente frouxo. Tenho bode. [2]

- Derek Bailey: Guitar Drums 'n' Bass
Ah, é uma doidera né! Improvisações que soam de certa forma muito há frente do tempo. Ainda assim, não consegui embarcar na maluquice não.

- Discharge: Hear Nothing See Nothing Say Nothing
Conheço a banda de tanto o João Gordo falar. Quis ouvir o disco exato que fez a cabeça do líder do Ratos. É o puro d-beat. Demais!

- Iceburn: Poetry Of Fire
Um post-rock jazzistico, bastante encorpado, experimental, viajandão e, de certa forma, confuso. Vale como pesquisa.

- Lô Borges: A Página do Relâmpago Elétrico
Já conhecia, mas fazia tempo que não ouvia. Sempre bucólico, de voz frágil e com composições acima da média. Disco muito bonito.

- Maya Deren: Divine Horsemen/The Voodoo Gods Of Haiti
O afrobeat é moderno perto do que encontramos aqui. Musica tradicional, rítmica e religiosa. É delirante. 

- Mr. Fingers: Amnesia
Deep house muito bem construída. É de 1992, ou seja, tem alguns timbres meio datados, mas ok quando se pensa na linha evolutiva da música eletrônica. Achei muito bom.

- Nelson Gonçalves: A Volta do Boêmio
Porque a gente não precisa ficar pagando pau só para o Johnny Cash, afinal, nós temos o nosso "homem de preto". Espetacular!

- PiL: The Flowers Of Romance
O PiL não é das bandas mais fáceis, mas aqui me pareceu ainda mais complexo e experimental que o normal. É bom, mas tem que ir preparado para uma imersão na estranheza.

- Poison Idea: War All Time
Puro "hardcore gordão" (definição cunhada por mim mesmo e difícil de explicar). Eu gosto.

- Rod Stewart: Never A Dull Moment
A cada disco solo do Rod que ouço, reforço minhas predileções pelo Ron Wood. Que grande guitarrista rítmico!

- Roni Size: New Forms
Um clássico que até então não conhecia. E ouvir pela primeira vez é não menos que surpreendente. Afinal, que raio é isso!? Drum n' bass esqusitão com rap e pitadas nada moderadas de jazz? Muito bom.

- Shut Up And Dance: Dance Before The Police Come!
Hip Hop britânico, urgente, old school, contagiante e com ótimos samples. Todavia, honestamente, nem me atentei as letras. Escutem ao menos a espetacular "This Town Needs A Sheriff".

- Spacemen 3: Sound Of Confusion
Grupo do grande Jason Pierce e que esqueço de dar maior atenção. Esse disco bateu em cheio em mim. É oitentista e é garage. Fodão!

- Sun Ra: Strange Strings
O gênio do free jazz em um momento de música aleatória e grande experimentalismo, até mesmo na construção de instrumentos. Por incrível que pareça, não é só desafiador, mas também bastante cativante. 

- Soft Machine: The Soft Machine
Claro, conheço (e adoro) o Third. Fui ouvir esse e gostei muito. Bem mais pé no chão (embora com improvisos espetaculares), mas não menos interessante.

- Steve Reich: Music For A Large Ensemble
Claro que é ótimo, mas exige um tipo de abstração que eu não consegui ter. Culpa minha, claro.

- Swervedriver: Raise
O rock alternativo em 1991 nunca decepciona.

- Tal Farlow: Tal
Lenda da guitarra jazz que até então havia ignorado. Ouvi e de imediato lembrei do Hélio Delmiro. Seria uma influência dele? Provavelmente.

- The Get Up Kids: Something To Write Home
Aqui o emo passou dos meus limites. Não deu pra ouvir não.

- The Pop Group: For How Much Long Do We Tolerate Mass Murder?
Não se deixe levar pelo nome do grupo, a parada aqui é bizarrice. Linhas de baixos intensas e ritmos esquizofrênicos, vocal de atitude punk (meio Beefheart), toques de funk, de free jazz... deve ser fruto da no wave.

- The Waterboys: This Is The Sea
Banda do Mike Scott, um compositor não menos que talentoso. No mínimo um bom momento do rock oitentista.

- The Wedding Present: George Best
Vire e mexe me deparo com esse disco. Total indie britânico oitentista. O nome e a capa já faz valer conhecer. E vocês já repararam que, mesmo com a bateria carregada de reverb e as guitarras priorizando texturas, como as gravações do rock oitentista eram extremamente encorpadas? Acho isso curioso.

- Wire Train: In A Chamber
Gosta do instrumental do U2, mas tem bode do Bono? Tá aqui uma boa saída. Tem guitarras à la The Edge muito boas.

- Young Marble Giants: Colossal Youth
Zeca Camargo disse gostar, mas o que me levou a querer ouvir foi ele ter dito que quem curtia mesmo era o Kurt Cobain. Eu gostei muito! É quase como uma mistura dos baixos do Fugazi em músicas do The XX numa abordagem mais orgânica, se é que isso é possível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário