terça-feira, 24 de janeiro de 2017

12 capas de discos que deixariam João Doria repudiado

Nessa altura do campeonato, todos já sabem a polêmica envolvendo as pixações (pichações) na cidade de São Paulo. Em meio a discussão sobre o que é ou deixa de ser arte, que manifestação artística pode ou não ser expressada, se pintar ilegalmente é uma forma de violência ou não... o programa Cidade Limpa não ouviu os dois lados e passou por cima de pixos e grafitis, autorizados ou não.

Ainda que minha opinião pouco importe, deixo registrado apenas para não ficar em cima do muro: não sou pixador, mas gosto de pixo, tanto pela estética urbana quanto pelo seu confronto. Não faço separação entre grafiti e pixo.

Para ressaltar alguns momentos em que a pixação me agradou esteticamente, postarei algumas capas de discos contendo a arte. E fica a provocação: o que João Doria e seus eleitores acham de tais capas?

Obs: ainda que a cultura hip hop esteja diretamente ligada ao grafiti, honestamente não lembrei de nenhuma capa de disco de rap contendo a arte. Postem nos comentários caso saibam alguma.

01: Rolling Stones - Beggars Banquet
Antes mesmo da explosão do movimentos punk e hip hop, os Stones já traziam na capa de seu disco um banheiro imundo todo obscenamente rabiscado. Sempre imaginei o banheiro do CBGB assim.

02: Alice Cooper - School's Out
Quem nunca rabisco na carteira da escola que atire a primeira pedra.

03: Ramones - Ramones
Lançado em 1976, o clássico disco homônimo de estreia dos Ramones não causou tanto impacto comercial quanto muitos imaginam. Todavia, hoje só de olharmos para a capa contendo aqueles quatro jovens de jeans rasgados, jaquetas de couro e all star sujos em frente a um muro pixado, já sabemos de imediato o que esperar. Imagem definitiva do punk rock.

04: Ramones - Subterranean Jungle
Do subúrbio nova-iorquino que são, os Ramones não param na capa de seu primeiro disco, sendo o trem pixado de Subterranean Jungle total condizente com a cultura de hip hop de levar para bairros distantes a marca de alguém nunca sairá de seu próprio bairro. É interessante lembrar que o Dee Dee Ramones posteriormente ao disco se envolveu com o rap. Detalhe também para Marky Ramone, que no auge do alcoolismo, não participou da sessão de fotos, restando como opção uma montagem de seu rosto na janela do trem.

05: Lou Reed - New York
Quando Lou Reed, o Rei de New York, decidiu prestar uma homenagem a cidade que tão bem cantou - como esquecer suas narrativas sobre o submundo da prostituição e das drogas? - na capa do disco ele não deixou de fora a estética suja de seu habitat. Um cronista legitimo.

06: Killing Joke - Killing Joke
Em meio a ascensão de Margaret Thatcher e Reagan, o clima sombrio não era propicio para delicadezas. O Killing Joke logo entendeu isso. Basta olharmos para a capa de seu disco de estreia, contendo uma foto de autoria do Don McCullin, onde jovens irlandeses pulam um muro durante conflito com tropas inglesas. O nome da banda posteriormente pixado deixou a arte ainda mais interessante.

07: Pink Floyd - The Wall
Um clássico que dispensa apresentações.

08: Blur - Think Tank
Gosto do Blur, mas no caso desse disco, a capa é melhor que as músicas. Artista: Banksy

09: Rage Against The Machine - The Battle Of Los Angeles
Apenas mais um momento artisticamente imponente do RATM. Artista: Joey Krebs

10: Madball - Hardcore Lives
Mais um símbolo de NY, agora através do hardcore.

11: Charly García - Clics Modernos
Clássico da carreira solo do Carly García, gênio do rock argentino. Se não me engano (e posso tá enganado), essa foto foi tirado em Nova York.

12: Chico Buarque - Calabar
No auge da truculenta ditadura militar, em meio a censura artística, não só as letras de Calabar foram retalhadas, mas a própria capa do disco foi proibida. Fica aí a reflexão para que rumos queremos tomar.

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