sexta-feira, 11 de novembro de 2016

TEM QUE OUVIR: Leonard Cohen - Live In London (2009)

Aos 75 anos, Leonard Cohen era um artista mais que consagrado. Havia se afastado da carreira artística para desfrutar seus últimos anos de vida num mosteiro budista. Foi quando um golpe financeiro da sua empresária o levou a falência. Solução: voltar para os palcos.

Com shows de mais de 3 horas de duração, o músico/poeta registrou tal fase no exuberante Live In London (2009), que traz um apanhado de toda sua carreira e um vigor/humor incrível para sua idade. Se você não conhece sua obra, essa é a melhor porta de entrada.


Logo de cara, ovacionado pela plateia, Cohen entrega "Dance Me To The End Of Love", com aquele clima de saloon e influência da música francesa de Serge Gainsbourg. Isso sem falar na sua voz encantadoramente fúnebre que mais parece cochichada ao pé do ouvido.

"The Future" é uma de suas canções mais politizadas, onde com ironia prevê o caos. Já seu lado pop pode ser exemplificado na melódica em "Ain't No Cure For Love" e na divertida "I'm Your Man".

A poética do compositor se faz valer na linda "Bird On The Wire", com direito a deliciosas passagens de guitarra. É não menos que cinematográfico o arranjo de "Anthem". Enquanto isso, a épica "Tower Of Song" remete as suas inserções pelo synthpop na década de 1980, embora aqui em versão completamente acústica.

A delicada voz de Sharon Robinson em "In My Secret Life" faz um belo contraponto ao timbre grave de Cohen. Já o violonista Javier Mas esmerilha seu instrumento na introdução flamenca de "Who By Fire".

É emocionante ouvir sua interpretação para clássicos do seu primeiro disco, vide "Hey, That's No Way To Say Goodbye", "Suzanne", "Sisters Of Mercy" e, claro, "So Long, Marianne". Outro hit que aqui ficou melhor que na versão original é "Hallelujah".

Muitos são os pecados que se podem cometer na vida. Entre tantos, só não cometa o absurdo de passar despercebido por esse disco.

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