quarta-feira, 21 de setembro de 2016

TEM QUE OUVIR: The Human League - Dare! (1981)

No início da década de 1980, a guitarra tinha perdido seu espaço. A onda era os sintetizadores. Disso saiu aquela sonoridade tão datada/questionada quanto admirada/copiada. Quer um exemplo? Escute Dare! (1981) do The Human League.


Vindo de discos densos, conceituais e até mesmo experimentais, o grupo se deparou com seu leito de morte após debandada geral, restando em sua formação apenas o vocalista Philip Oakey. Se em qualidade ele jamais conseguiria repor as peças perdidas, ao menos ele recorreu a uma saída perspicaz: chamar duas belíssimas cantoras - Joanne Catherall e Susanne Sulley -, que conhecera numa discoteca, para integrar a banda, formando um duo de backing vocals sexy e afiadíssimo.

Numa época em que o Duran Duran e toda cena new romantic eclodia, a sensualidade imposta pelas cantoras foi determinante para o sucesso do grupo. Aliado as harmonias vocais, as composições ficaram ainda mais pops e melódicas, sendo ainda hoje referência quando o assunto é synthpop. A começar pela ótima abertura de "The Things That Dream Are Made Of", passando pelo ritmo motorik roubado do krautrock em "Seconds" e soando absoluto nos hits "Open Your Heart" (tremenda melodia!), "The Sound Of The Crowd" (synth e ritmo esquisitamente cativantes), na climática "Darkness" e, principalmente, na ganchuda "Don't You Want Me" (dona de clipe metalinguístico especial).

Como havia apontado anos antes o Roxy Music e o Kraftwerk, o rock agora era pop, eletrônico e dançante. Datado ou não, açucarado ou não, através de discos como esse é que o rock se manteve jovem e relevante.

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