terça-feira, 2 de agosto de 2016

TEM QUE OUVIR: The Byrds - Fifth Dimension (1966)

Onde há muito talento, há também conflito de egos. Isso ficou claro no The Byrds quando Gene Clark pediu as contas. Poderia ser um momento desesperador, mas o grupo ainda tinha talentosos de sobra. Com a popularidade em alta, Fifth Dimension (1966) driblou qualquer sinal de crise.


Esse é o terceiro lançamento da banda, agora não mais um elo sonoro dos Beatles com o Bob Dylan. O folk rock do grupo ficara muito mais sofisticado e psicodélico.

Roger "Jim" McGuinn é quem segura as rédeas da banda, entregando ao ouvinte pérolas como "5D (Fifth Dimension)", completamente embebecida pela ficção cientifica. Do maravilhoso arranjo - tanto vocal, quanto instrumental - de "Wild Moutain Thing", ao folk elétrico, delirante e espacial de "Mr Spaceman", tudo soa coeso como nunca antes.

De ritmo desconcertante e harmonia jazzística, "I See You" aponta para novas influencias do grupo: a música indiana de Ravi Shankar e os momentos mais ousados de John Coltrane. Daí vieram as tais frases de guitarra exóticas de "Eight Miles High", um clássico definitivo da época. Já "What's Happening" intercala entre vocais melodiosos e a Rickenbacker de 12 cordas desconcertante de McGuinn.

O disco ainda reserva a interpretação visceral de David Crosby pra "Hey Joe", o groove lisérgico de Chris Hillman em "Captain Soul", a tradicional/linda "John Riley" e a espacial "2-4-2 Fox Trot". Todas formando esse clássico que aponta para o futuro ousado da banda.

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