segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sugestões musicais para as Olimpíadas do Rio

Dentro de algumas semanas, teremos as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Por mais ridículo que possa ser um país que pouco valoriza seus atletas investir dinheiro e energia em algo que deveria ser a consagração para as bem sucedidas politicas esportivas, agora não adianta mais reclamar, o estrago já está feito. O máximo que podemos fazer é oferecer um evento digno. E isso começa com uma cerimônia de abertura que passa longe da vergonha que parece estar preste a acontecer.

Juro, nada contra fenômenos legitimamente pop como Anitta e Wesley Safadão - o problema não está no produto, mas no monopólio cultural -, mas tenho sugestões melhores para o evento.

É só tomarmos como referência o que aconteceu 4 anos atrás em Londres. Entre a cerimônia de abertura e fechamento das Olimpíadas, tivemos do pop das Spice Girls, até a excelência típica do rock inglês representado pelo The Who, passando por George Michael, Pet Shop Boys, Liam Gallagher (Oasis), Nick Mason (Pink Floyd), Arctic Monkeys, Muse e a "dobradinha arroz de festa" do Queen, Brian May e Roger Taylor. Variedade, relevância e alcance popular que representam um pouco da cultura musical inglesa.

E é isso que eu espero que aconteça no Brasil. Postarei algumas sugestões nada absurdas ou meramente de gosto pessoal - eu queria mesmo é o Ratos de Porão cantando "Amazônia Nunca Mais", seria lindo! -, mas plausíveis a grandiosidade do evento e da nossa cultura.


- Querem trazer um típico símbolo pop brasileiro para as Olimpíadas? Façam uma dobradinha de Ivete Sangalo com Zeca Pagodinho. Não tem erro! É o típico carisma brasileiro que gringo quer ver. Da até pra brotar o Marcelo D2 junto se quiserem.

- Sabe quem representaria muito bem o Brasil, a ponto de eu achar o cumulo se não houver em algum momento das Olimpíadas: Jorge Ben! Aceito até ele cantando a manjada "Mas Que Nada" com o Sérgio Mendes.

- E colocar músicos de diferentes regiões, mas de enorme calibre, do tipo Hermeto Pascoal, Yamandu Costa, Hamilton de Holanda e Almir Sater, tocando uma obra do Pixinguinha, não seria maravilhoso?

- E se conseguissem reunir ao menos para o evento a formação clássica do Sepultura, nem que fossem tocando "Roots Blood Roots" com o Olodum e o Carlinhos Brown. Melhor seria com a Nação Zumbi. Arregaço certeiro!

- Quem sabe o Paulinho da Viola cantando uma entre tantas boas canções de seu repertório com a Velha Guarda da Portela.

- E o Lulu Santos, aproveitando seu recém show em homenagem a Roberto e Erasmo, trazendo ambos ao palco pra alguns sucessos da Jovem Guarda?

- E o prestigiadíssimo Milton Nascimento, ao lado de alguns dos melhores instrumentistas da música brasileira - Wagner Tiso, Robertinho Silva, Toninho Horta - cantando com o Lô Borges e o Samuel Rosa - acabaram de lançar um projeto juntos - algo do Clube da Esquina?

- Caetano Veloso e Gilberto Gil são obrigatórios, não? Pode até pintar o Tom Zé para deixar a coisa mais tropicalista.

- E os Novos Baianos? E um encontro do Secos & Molhados? Uma volta dos Mutantes?

- Arrisco até o João Gilberto dando o ar de sua graça. Tá muito velhinho? Coloca ao lado do Chico Buarque, só para trazer a bossa nova para a festa.

- Claro, isso tudo em meio a danças regionais, forró, frevo, axé, choro, maracatu, viola caipira, música gaúcha, paraense do pantanal, "O Trenzinho do Caipira" e até mesmo uma base de funk carioca e rap paulista marcando presença, por que não? Coreógrafos que se virem! O que não dá é para resumir a cultura musical do Brasil em Ludmilla.

Opções não faltam para o Comitê Olímpico. Agora é esperar algumas semanas para ver o que de fato acontece. Os sintomas não são dos melhores. O 7 x 1 já começou:

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