quinta-feira, 7 de julho de 2016

TEM QUE OUVIR: Duke Ellington - Ellington At Newport 1956 (1956)

Muito se questiona a veracidade de registros ao vivo. Isso ocorre, por exemplo, com clássicos do Thin Lizzy e KISS. Mas o que transcende o questionável é a qualidade de algumas gravações, independentemente do método. Isso vale para Ellington At Newport 1956.


Após o estrondoso sucesso do Duke Ellington no Festival de Jazz de Newport, décadas após o auge das big bands de swing jazz, a Columbia capitalizou em cima do prestígio alcançado no evento colocando o artista e sua banda para regravar as músicas em estúdio e vende-las como um disco ao vivo.

Entre aplausos forjados e recortes originais da apresentação no festival, o que se ouve é o brilhantismo de músicos que se saiam bem fosse em estúdio ou no palco. A inspiração não depende de sorte ou acaso, ela é presente na fluidez do trompete gritante de Cat Anderson, na musicalidade impressionante de Clark Terry, nos improvisos sofisticados do saxofonista Paul Gonsalves e na forma discreta com que Ellington conduz tudo.

Como clássico definitivo do álbum estão os 14 minutos de "Diminuendo And Crescendo In Blues", que sobrevive como um dos pontos altos da música popular. Aqui fica explícito, além do virtuosismo nos solos (principalmente do Paul Gonsalves), todo o talento de orquestração e harmonia que acompanha o Duke desde meados da década de 1920.

Alegre, dançante, sofisticado, cinematográfico e sexual. São muitas as qualidades nada técnicas que tornam a linguagem jazzística de Duke Ellington acessível e apaixonante ainda hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário