sábado, 9 de julho de 2016

TEM QUE OUVIR: Metallica - Metallica (1991)

O heavy metal é um gênero consagrado. Quando festivais como Rock In Rio dedicam uma noite ao estilo, os ingressos logo se esgotam com antecedência. Isso graças a um público fiel - e por vezes chato - que faz da vertente um nicho grandioso.

Todavia, dada as extremidades sonoras do heavy metal, é fato que existe uma resistência do grande público com o estilo. Mas isso veio abaixo com o homônimo quinto disco do Metallica, comumente chamado de Black Album (1991) por razões óbvias.


Consagrados desde meados da década de 1980 como um dos grandes nomes do thrash metal - vertente mais veloz e agressiva que o heavy metal tradicional -, o grupo decidiu ampliar os horizontes. Se não sonoros, ao menos comerciais.

Com riffs mais diretos, abordagem crua, refrões pegajosos e vocais consistentes, o Metallica acertou em cheio em faixas que fizeram enorme sucesso, dentre elas "Enter Sandman", que abre o disco num arranjo crescente que culmina num refrão contagiante.

Essa diluição sonora fez com que muitos fãs antigos acusassem o grupo de se render ao mercado. Todavia, era difícil lutar contra o peso contido em canções espetaculares como "Holier Than Thou" e, principalmente, "Sad But True", dona de guitarras brutamontes.

Alias, é importante lembrar que parte desse peso se deve ao Bob Rock, produtor que até então era conhecido por ter trabalhado com o Mötley Crüe. Já com o Metallica, numa produção longa e de alto custo, alcançou resultados impressionantes, influenciando diretamente nos mais diversos estilos. Só o timbre de bumbo do Lars Ulrich já é uma escola de produção inquestionável.

Já o ponto de discórdia do álbum está em "Nothing Else Matters", uma balada com arranjos de cordas de Michael Kamen e que, se por um lado, os fãs antigos não aceitaram tão bem, o público comum da MTV adorou. Daí bastou poucas semanas para "The Unforgiven" alcançar o topo das paradas. Resultado? 16 milhões de cópias vendidas. O grupo deixara de ser consumido por garotos cabeludos excluídos para atender os populares do colégio. O metal virara mainstream.

Com a reputação do passado e o alcance comercial do começo da década de 1990, a banda se perdeu em canções medíocres, briga de egos e até mesmo numa luta contra a indústria mutável que tanto os alimentou. Entretanto, nunca mais saíram do topo. Quem os critica é "metaleiro" bitolado. Quem os aceita de imediato, não captou a essência do metal. No fim, o Metallica deu golpe em todos nós.

Um comentário:

  1. Pra mim, o Metallica acabou depois do "And Justice for All" (1988). Do "Black Album" pra frente, incluindo o novo disco deles, é uma choradeira terrível!!!

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