Após a explosão punk na Inglaterra, dezenas de grupos fantásticos surgiram neste rastro, mas poucos sobreviveram tão bem ao teste do tempo quanto o Pretenders. Ainda assim, é justamente seu disco de estreia, com produção do Chris Thomas, que se manteve como o documento definitivo da banda.
Já se apropriando de nuances mais pop dentro da estrutura básica do punk rock, o grupo foi fundamental para o desenvolvimento da new wave.
Em sua linha de frente estava a talentosa, carismática, engajada, sexy e poderosa Chrissie Hynde, uma antiga fã de Clash e jornalista da NME. Sua forma visceral de cantar e tocar guitarra fez dela uma das mais importantes (e imponentes) mulheres do rock. Sua garra pode ser sentida na consistente "Precious", seguida pelo ritmo intenso de "The Phone Call".
Outra força do grupo era o guitarrista James Honeyman-Scott, um dos mais criativos da época. Entre seus melhores momentos estão a ritmicamente estranha "Tattooed Love Boys" e a instrumental "Space Invader". Infelizmente, seu vício em heroína colaborou para sua morte prematura 2 anos após o lançamento do disco.
"Stop Your Sobbing" (The Kinks) ganha uma versão esplêndida, com a ótima melodia sendo interpretada com ternura pela Chrissie. Vale pontuar que é a única faixa do disco com produção do Nick Lowe.
Outra canção poderosa é a martelante "The Wait", com direito a ótimas guitarras e baixo flutuante.
O lado mais baladeiro e melodioso, mas não menos consistente, como se fossem uma versão inglesa do Blondie, se faz valer na preciosa "Up The Neck". Há também espaço para o reggae "Private Life".
O disco ainda guarda nas mangas sucessos como "Kid" e "Brass In Pocket", tornando sua audição indispensável para entender o rock daquele período.
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