quinta-feira, 22 de outubro de 2015

TEM QUE OUVIR: John Mayall & The Bluesbreakers - Blues Breakers with Eric Clapton (1966)

"Clapton Is God". Pichações com esses dizeres apareceram em Londres em meados da década de 1960, antes mesmo do lendário guitarrista formar o supergrupo Cream. Sua fama, que vinha desde os tempos do Yardbirds, chegara ao ápice com o lançamento do clássico Blues Breakers With Eric Clapton (1966), disco capitaneado por John Mayall ao lado de seu Bluesbreakers.


John Mayall é uma lenda do blues rock. Não é absurdo dizer que ninguém fez mais pelo blues na Inglaterra quanto ele. Só de guitarristas ele apresentou ao mundo Peter Green, Mick Taylor, além do próprio Clapton.

Neste disco, o baixo ficou a cargo do John McVie (sim, aquele mesmo do Fleetwood Mac). Ele forma a cama perfeita para que o "Deus da Guitarra" dilacere seu combo de “Les Paul + Marshall + microfone longe do falante” em faixas como "All Your Love", dona de introdução cortante. O timbre extremamente potente no solo da chorosa "Double Crossing Time" beira o absurdo. Para muitos, foi na gravação deste álbum que nasceu o som da guitarra rock como a conhecemos hoje.

O guitarrista inglês presta tributo aos seus ídolos americanos em "Hideway" (Freddie King) e "Ramblin' On My Mind" (Robert Johnson). Mas Mayall também era um grande compositor e isso ficou evidente nas contagiantes "Little Girl" e "Key To Love".

A busca de Clapton por uma sonoridade blues mais tradicional se faz valer em "Another Man". Em "Steppin' Out" ele arrebenta num intenso boogie. Já "What'd I Say" - com citação de "Day Tripper" (The Beatles) - é de força digna a Invasão Britânica.

Com único registro ao lado do Bluesbreakers, Eric Clapton aproximou a Inglaterra do Delta e conseguiu que blues fizesse parte da cultura britânica. Além, é claro, de ter proporcionado alguns dos melhores momentos da história da guitarra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário