Em
meados da década de 1990, o rock alternativo se viu comercialmente
viável através de bandas como o Sonic Youth. Veteranos do rock
independente, o Guided By Voices finalmente começara a chamar alguma
atenção. Com o Bee Thousand e sua produção de orçamento mínimo, o grupo oriundo de Ohio lançou o guia do que ficou conhecido como lo-fi.
Daniel
Johnston, Beat Happening e grupos de black metal escandinavos já haviam lançado pérolas de produção precária, mas o Guided By Voices fez disso um recurso
para suas composições, firmando uma estética sonora por trás
das músicas.
Entre
o power pop perfeito das bandas da invasão britânica e o punk rock
americano, as canções do grupo liderado pelo Robert Pollard trazem
apenas aquilo que interessa. Nada de introduções, solos de guitarra ou
outras enrolações. Grande parte das 20 composições tem pouco mais de 1 minuto e mais parecem partes A e B de ótimos refrães.
As
guitarras barulhentas, a captação do áudio por vezes desfocada, a mixagem que parece
ter sido feita as pressas e a masterização (se é que existe) sem coerência
entre as faixas, são algumas das peculiaridades. Mas as composições agradam. Muito
pelo apelo melódico e suas letras surrealistas/psicodélicas. Destaque
para "Hardcore UFO's", "Tractor Rape Chain" e "I Am A Scientist".
Sem explodir no mercado, mas também sem parar de produzir, lançando até mesmo outras pérolas como Alien Lanes (1995), o grupo se firmou no cenário alternativo americano. O indie rock não seria o mesmo sem o Guided By Voices.
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