quarta-feira, 7 de outubro de 2015

TEM QUE OUVIR: Dr. John, The Night Tripper - Gris-Gris (1968)

Dr. John é uma lenda local de Nova Orleans. Um guru. Um personagem místico. A psicodelia encarnada. E tudo isso pode ser conferido neste disco.


Lançado em 1968, no auge no movimento hippie, do rock psicodélico e experimental, das drogas lisérgicas e da confusão política americana, Gris-Gris é um documento da época.

Dr. John é um pregador de vodu encarnado por Malcom Robert Rebennack, um experiente músico de Nova Orleans que deixou de ser guitarrista para tornar-se pianista após um estranho acidente com um revólver que o impossibilitou de tocar o instrumento de seis cordas. O mundo ganhou não só um ótimo pianista com enorme bagagem blues/gospel, mas também um criador excêntrico.

É difícil explicar a fusão de elementos no disco. Muito dos sons das igrejas de Nova Orleans estão presentes (vide "Danse Fambeaux"). Talvez um pouco do jazz das ruas e o funk tão enraizados na cidade (vide "Mama Roux"). Algo que mais parece a mantras indianos somados a elementos rítmicos da música cubana e etíope (vide "Danse Kalinda Ba Boom"). Doses cavalares de psicodelia atmosférica/espacial (vide "Gris-Gris Gumbo Ya Ya"). Uma viagem!

No final do disco ainda temos um clássico, "I Walk On Guilded Splinters", uma viagem sônica que inspirou bandas como Allman Brothers Band, Humple Pie e até mesmo artistas destoantes como Michael Brecker e Jello Biafra.

Anos mais tardes, músicos como Jason Pierce (Spacemen 3 e Spiritualized) passariam a idolatrar Dr. John, que trabalharia com seu fã. Dr. John virara um artista cult e personagem importante da música americana.

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