Ao conhecer a vida do Little Richard é fácil entender o porque dele ter despertado atenção de imediato. Negro, pobre e gay, vivendo num país racista e homofóbico, Little Richard arquitetou o rock não só com sua abordagem musical visceral, mas também através da atitude comportamental.
Lançado em compacto dois anos antes e regravada também por Elvis Presley, "Tutti Frutti" é o grande clássico não só do disco, mas de toda a carreira de Little Richard. Sem dúvida um dos grandes hinos do rock. Seu icônico "A-wop-bop-a-loo-bop-a-lop-bam-boom!" não me deixa mentir. O conteúdo irreverente, sexual e de raiz musical negra, levou a faixa a ser banida de diversas rádios dos EUA. Nada disso impediu a canção de bater em cheio a toda uma geração jovem que surgia.
Outras faixas também se destacam e mostram a energia embasbacante do artista, vide "Ready Teddy" (extremamente dançante e interpretada com uma ferocidade impressionante); "Slippin' And Slidin" (com direito a ótimo solo de sax, numa época em que o instrumento estava na linha de frente do estilo), "Long Tall Sally" (quantos cantores dariam tudo para ter essa voz, principalmente esse "ôôôô" cheio de vibrato?), "Rip It Up" (com destaque para o groove de guitarra) e "Jenny Jenny" (de piano entorpecido e vocal alucinado).
Resumo: Here's Little Richard é ainda hoje um grande registro de rock. Divertido e extremamente influente (não é mesmo, John Lennon?), a obra ajudou a dar vida ao estilo e tornou-se o álbum mais vendido de toda a carreira de Little Richard. Feito incrível para um disco de estreia.
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