quinta-feira, 6 de agosto de 2015

TEM QUE OUVIR: Duran Duran - Rio (1982)

Para quem nasceu na década de 1990, é difícil dimensionar a relevância do Duran Duran na cultura POP. Filhos da new wave, foram aliciados por uma recém inaugurada MTV, que fez do grupo um símbolo de juventude, moda e sexualidade. Uma mistura bombástica de hormônios, regada a muito cocaína, dinheiro e, embora muitas vezes ignorada, uma qualidade musical latente, vide o resultado alcançado no ótimo Rio (1982).


Como uma espécie de segunda invasão britânica, o quinteto, que ganhou o apelido de Fab Five - alusão óbvia ao Fab Four dos Beatles - não demorou para estourar nos EUA. A fama de bonitinhos e as superproduções bancadas pela EMI ajudaram neste alcance comercial. Mas nada adiantaria se o som não fosse atrativo. E era, até para quem negava. Era impossível passar ileso diante das melodias pop exploradas neste segundo disco, que vinham carregadas por um balanço dançante exclusivo do espetacular baixista John Taylor, vide o hit "Rio", abertura bombástica dona de ótimo refrão e solo de sax característico da época.

A partir daí despontou para todo o mundo o que ficou conhecido como New Romantic, vertente mais pop da new wave, com incursão pelo synthpop e de grande influência para o indie rock 00's. Mas a principal característica talvez não fora musical, mas sim comportamental, já que os grupos pertencentes ao estilo - coloque neste comboio Human League, Ultravox, ABC, Japan, Spandau Ballet -, tinha um valor visual latente, despertando paixão nos jovem, principalmente nas meninas, para desespero dos rockeiros mais conservadores.

O melodic rock/aor da faixa "My Own Way" é sustentado pelo baixo funkeado de John Taylor, a voz alta do Simon Le Bon, a guitarra tipicamente oitentista do subestimado Andy Taylor, os teclados outrora futuristas de Nick Rhodes e a bateria complexamente dançante de Roger Taylor. Formação clássica de rock, pouco usual no auge do synthpop. 

É indiscutível a qualidade das ótimas "Lonely In Your Nightmare" (com baixo fretless e boa letra), "New Religion" (mais um baixão) e "The Chauffeur" (que poderia tá num disco do Depeche Mode). Todavia, foi a quase hard rock "Hungry Like The Wolf" e o mega hit "Save A Prayer" (com direito a um emblemático - e oriental - riff de teclado) que impulsionaram as vendas do disco e fizeram da banda um estrondoso sucesso. Um pouco de luz num período sombrio da Inglaterra.

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