sábado, 13 de junho de 2015

TEM QUE OUVIR: The Mamas & The Papas - If You Can Believe Your Eyes And Ears (1966)

Símbolos do Verão do Amor, The Mamas & The Papas resume toda a utopia lúdica de uma geração. O disco de estreia do grupo, If You Can Believe Your Eyes And Ears (1966), é o embrião do sonho hippie.


Formado pela linda Michelle Phillips, a gordinha de vozeirão Cass Elliot, o discreto Denny Doherty e o talentoso John Phillips, o quarteto é acima de tudo um grupo vocal, sendo neste disco acompanhado pelos lendários músicos da Wrecking Crew, vide o baterista Hal Blaine. 

O casal Phillips fez durante muito tempo a cabeça romântica/sexual da juventude. Assim sendo, sobrava gente disposta a vigiar a banda. Falso moralista que são os EUA, a arte da capa chegou a ser censurada. Motivo? Os quatro dividindo a banheira e, acredite, o vaso sanitário ao lado. 

Embora oriundo de Nova York, o quarteto traz em suas canções o clima ensolarado, jovem e divertido da Califórnia. Em meio a melodias grudentas e climas suaves, eles encabeçaram o que ficou conhecido como sunshine pop. É comum também encontrar quem os aponte como precursores do dream pop. Faz sentido.

Entre as boas composições de autoria do grupo estão o hit "Monday, Monday", a divertida "Straight Shooter" (com clara influência das bandas da Invasão Britânica) e o chamber pop de "Go Where You Wanna Go". Mas é mesmo a emblemática "California Dreamin"o hino da geração. A interação das vozes, os violões e o solo de flauta calcados na música folk, além do inesquecível refrão, soam mágicos ainda hoje.

Elementos psicodélicos brotam na delicada "Got A Feelin". O talento vocal da dupla feminina chega ao auge na romântica "I Call Your Name" (Lennon/McCartney). O lado mais rockeiro do grupo está em "The 'In' Crowd". Já a mão do mitológico produtor Phil Spector é sentida na composição de "Spanish Harlem".

Momentos mais breguinhas surgem em "Do You Wanna Dance" (vide o arranjo ultra pomposo), mas nada que tire o valor da obra, muito pelo contrário, ajuda a contextualizar uma época sonhadora, divertida e, de certa forma, alienada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário