quarta-feira, 13 de maio de 2015

TEM QUE OUVIR: Dinosaur Jr. - Bug (1988)

Dinosaur Jr. é uma banda atemporal. E não digo isso como mero elogio, mas como forma de descrever sua sonoridade. Com influências que vão de Neil Young à Black Sabbath, mas com pitadas acentuadas de country, rock psicodélico e punk rock, a banda tornou-se um dos pilares do rock alternativo americano, chegando a prever a sonoridade grunge e indie contemporânea.


Bug (1988) é o aperfeiçoamento sonoro da proposta que a banda já havia apontado nos dois discos anteriores, lançados também pela SST.

É hipnotizante o som monolítico alcançado por J Mascis através de amplificadores vintages, guitarra fender jazzmaster e pedais de fuzz. Já o baixista Lou Barlow tenta equilibrar as camadas de ruído com frases pontualmente melódicas. E assim segue o disco todo, intercalando entre sujeira e doçura. Os maiores exemplos disso são as maravilhosas "No Bones", "Let It Ride" e a lisérgica/climática "The Post".

Mais próximo de um resmungo que do canto, J Mascis se projeta ao microfone com sua voz frágil e melódica. "Yeah We Know" e "Pond Song" evidenciam tais características.

São incontáveis as bandas que ainda hoje tentam emular a sonoridade de "Freak Scene" - que chegou a fazer algum sucesso nas rádios alternativas inglesas - e "They Always Come" - excelente bateria do subestimado Murph -, ambas tão acessíveis quanto viscerais em suas performances. O disco ainda tem espaço para a intensa "Budge" e a anárquica "Don't".

Logo após o lançamento de Bug, Mascis e Lou Barlow se desentenderam e o baixista perdeu o posto, que só recuperou 16 anos depois. Nesse meio tempo ele montou o Sebadoh, outro gigante do rock alternativo americano. Já Dinosaur Jr. crescia em popularidade e influenciava uma banda que começava a chamar a atenção: o Nirvana.

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