Marc Bolan foi uma das mentes mais atuantes do rock inglês. Persistiu no underground durante anos, despontando após vários discos com o Electric Warrior (1971) do T. Rex, um documento fundamental para o glam rock.
Nem sempre a capa de um disco, por melhor que seja, retrata seu conteúdo. Nada de errado com presença imponente de Marc Bolan em frente aos amplificadores, condizente com a visceralidade sonora. O problema é que a foto merecia mais cores, quem sabe até mesmo um bocado de purpurina e plumas espalhafatosas, retratando a imagem impactante de seu líder nos palcos. Não a toa se deu a banda o desnecessário rótulo de gliter rock.
Doses de sacanagem e um groove que só o Bolan parecia ter é sentido logo de cara na ótima "Mambo Sun". Calcado no rock n' roll básico - horas com pitada de soul, gospel ou blues -, faixas como "Jeepster" são perfeitas para dançar. Já o clima cósmico/lisérgico nos timbres de "Monolight", "Planet Queen" e "The Motivator" é exclusivo do T. Rex, ainda que muito do mérito se deva a produção do Tony Visconti.
A intensidade de "Rip Off" é impressionante. O arranjo espetacular da maravilhosa "Cosmic Sun" e a bela balada "Girl" podem ser postas lado a lado com o que David Bowie fazia nessa época. Já o riff de guitarra na clássica "Bang A Gong (Get It On)" - que chegou ao Top 10 dos EUA - faria até mesmo Keith Richards ficar com inveja.
Infelizmente, Marc Bolan morreu ainda jovem num acidente de moto. Todavia, deixou ótimos registros, sendo Electric Warrior o principal ao lado do posterior The Slider (1972), mas isso é assunto para um próximo "Tem Que Ouvir".
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