sexta-feira, 20 de março de 2015

TEM QUE OUVIR: Ministry - The Land Of Rape And Honey (1988)

O Ministry pode ser divido em duas fases: na primeira, a banda bebia do som dançante do New Order e Depeche Mode, não se saindo tão bem quanto suas referências. Na segunda, o grupo sofre uma mutação e agrega guitarras insanas aos pesados ritmos eletrônicos, criando um estilo único que seria batizado como rock industrial. Isso se deu justamente no acachapante The Land Of Rape And Honey (1988).


A banda nada mais é que o alter ego do seu líder, o porralouca Al Jourgensen, que fazia da sua vida e de seus shows um perigoso e atraente ato, regado a drogas, confusões e obscenidades. O mais legal é que sua personalidade conturbada é refletida em sua música.

Embora seja a figura central do Ministry, foi em parceria com Paul Barker que Al encontrou seu caminho sonoro. A bateria eletrônica estranhamente dançante - embora swingada feito uma britadeira - soma-se perfeitamente aos timbres agressivos das guitarras e sintetizadores, além dos berros esquizofrênicos de Al em "Golden Dawn", "Destruction", "The Land Of Rape And Honey" e "You Know What You Are".

Em meio a esse conceito apocalíptico nasceu a clássica "Stigmata", faixa que foi decisiva para o que viria fazer anos depois grupos como Nine Inch Nails, The Prodigy, Korn, dentro outros.

É incrível como "The Missing" e "Deity" transitam tanto no punk rock e thrash metal quanto no pós-punk e bigbeat. Já "Hizbollah" mergulha em território eletrônico.

Talvez aqui esteja a pedra fundamental do cruzamento da música eletrônica com o rock, embora provavelmente Al Jourgensen estivesse apenas externando toda a loucura que passava por sua mente corrosiva. The Land Of Rape And Honey é pura adrenalina e chapação. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário