sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

TEM QUE OUVIR: ABBA - Arrival (1976)

Não é em qualquer roda de amigos que podemos dizer que o ABBA foi uma grande banda sem receber olhares tortos. Mas a ignorância é para se lamentar, não para negarmos os fatos. Digo isso porque, apesar do grupo sueco soar datado, eles são donos de muitas das principais pérolas da música POP (com letras garrafais). Sendo assim, aumente o som, afaste os móveis da sala e se deixe levar pelas canções do clássico Arrival (1976).


Vale dizer que, se hoje é comum vermos produtores/compositores suecos dominando o mercado musical (vide o celebrado Max Martin), na década de 1970 a Suécia era uma aberração para a música pop. Foi com o ABBA que tivemos esse ponto de virada. Eis o surgimento da europop.

Ainda que o grupo já tivesse lançado grandes hits até então - vide "Mamma Mia" e “Waterloo”, essa última vendedora da Eurovision -, foi com álbum de 1976 que o quarteto chegou ao apogeu criativo, além de ter elevado a níveis estratosférico o sucesso comercial. 

De perfeccionismo impressionante, resultando em gravações polidas, arranjos primorosos e melodias certeiras, a dupla masculina formada por Benny Anderson e Björn Ulvaeus é meticulosa em cada nota que ecoa no álbum. Restou as suas respectivas esposas, as lindas Anni-Frid Lyngstad e Agnetha Fältskog, encantarem os ouvintes do mundo todo através de doces linhas vocais. Um grande exemplo deste casamento musical é a divertida "That's Me".

Difícil escolher o refrão mais marcante: "Dum Dum Diddle", "Knowing Me, Knowing You" e "Tiger" são épicos do pop perfeito. A coisa só melhora diante da espetacular "Money, Money, Money", dona de arranjo ousado, clima detetivesco e timbres extremamente modernos para a época.

Mas nada se compara a dançante "Dancing Queen", um sucesso estrondoso que ajudou a impulsionar (e esbranquiçar) a disco music. Música de encerramento de "festa da firma"? Pode até ser, mas quem disse que isso não pode ser divertido?

Junto do sucesso do grupo veio a ruína pessoal, que destruiu não só os casais, mas também a alegria das composições, tornando-as brilhantemente sombrias no álbum posterior, o subestimado The Visitors (1981). Ao menos a época meticulosamente descontraída da música pop se mantém intacta neste disco.

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